O Instituto Miguel Torga, Escola privada do Ensino Superior de Coimbra, tem novo Conselho Directivo que tomou posse na semana passada. Há vários anos liderado por Luís Marinho, ali professor há muito tempo, a nova liderança foi agora entregue a Manuel Castelo Branco, professor do Ensino Politécnico que já presidiu também há alguns anos ao ISCAC/Coimbra School. Hoje propriedade da Comunidade Intermunicipal de Coimbra, o Instituto Miguel Torga tem uma longa vida, atribulada por vezes.
Durante os primeiros anos viveu na rua Oliveira Matos, então como Instituto Santa Sofia, onde granjeou muito prestígio na formação de profissionais de secretariado. Por vicissitudes várias viria a fazer parte do património da Assembleia Distrital, que deixou de existir com a extinção dos distritos, passando a Escola a ser gerida durante vários anos pelo médico psiquiatra Professor Amaral Dias que lhe imprimiu uma dinâmica diferente e o transferiu para as instalações que hoje ocupa. Como sucessora/herdeira do património da Assembleia Distrital, a CIM é hoje titular desta Escola, que vive momentos importantes e decisivos para a sua vida futura.
Com uma situação económica não preocupante e com um número de alunos que ultrapassa o milhar (o maior de sempre), o Miguel Torga aguarda decisão do Ministério da Educação sobre o seu futuro imediato, uma vez que a Agência de Avaliação e Acreditação pôs em causa a continuidade do Instituto, recomendação logo impugnada já pelo novo Conselho Directivo. Uma vez que os cursos que ministra estão todos aprovadas, tem-se como certo que a seu tempo tudo se resolverá.
Ao lado de Castelo Branco está Dulce Simões e Humberto Oliveira que assumem as vice-presidências, enquanto Miguel Fonseca e João Henriques foram nomeados vogais.
Manuel Castelo Branco encara este novo desafio com “enorme responsabilidade” e acredita que o Instituto tem todas as condições para ser cada vez mais procurado. “Com a ampla oferta formativa e o qualificadíssimo corpo de colaboradores que temos, creio que será extremamente fácil esta escola, no terreno, nos municípios, fazer o que lhe compete fazer, que é ser fator de desenvolvimento local e da Região de Coimbra”, sublinhou o presidente, destacando que a escola atingiu um recorde de inscrições este ano, tendo entre 1.300 e 1.400 alunos.
O novo presidente realçou que a escola depende apenas de si e espera que, brevemente, isso possa ser alterado.
“É uma escola de titularidade pública, que não é financiada pelo Orçamento do Estado e também não tem sido pelo orçamento da CIM, coisa que espero que brevemente passe a ser. É financiada, a preços bem mais abaixo dos valores normais de mercado, pelos alunos que a procuram, ano após ano”, referiu.
Emílio Torrão, presidente da CIM da Região de Coimbra, deixou uma palavra de entusiasmo à nova Direção e deixou claro acreditar no novo projeto.
“Vamos começar um novo ciclo e temos profundo desejo que seja diferente. Esta é uma instituição que tem saldo positivo financeiro, essa é a herança que Manuel Castelo Branco recebe: tem recorde de inscrições e um conjunto de fatores extremamente positivos, embora também tenha contingências, depois de um período de indefinição, antes de este património ter transitado para a CIM”, sustentou.
No entanto, o também presidente da Câmara de Montemor-o-Velho reconhece que ainda há um conjunto de problemas para resolver, depois de “um período crítico” da instituição. Contudo, deixou garantia de estarem “profundamente empenhados para que este seja um mandato de sucesso”.