Apesar de estar disponível para reforçar a resposta na área da saúde e para servir a região e o país, o Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, continua de portas fechadas, alegadamente à espera da autorização da assinatura do acordo de cooperação com o Governo e com a Administração Regional de Saúde do Centro.
O presidente da Fundação ADFP, proprietária desta unidade hospitalar, acusa o Governo de “desprezar as pessoas de Miranda e do Pinhal Interior”, ao privá-las dos serviços deste hospital que está pronto desde abril de 2019. “A epidemia cresce, os hospitais ficam incapazes de responder, pessoas morrem em ambulâncias enquanto aguardam entrar numa urgência hospitalar, ministra manda cancelar cirurgias prioritárias e doentes com cancro ficam sem resposta… mas o sectarismo insiste em manter o Hospital fechado”, lamenta Jaime Ramos, sublinhando que “nunca a Fundação pediu privilégios… só quer ser tratada com igualdade com outros hospitais particulares, sem fins lucrativos, de interesse público, da economia social e solidária”.
Já esta semana, na segunda feira, a Fundação enviou nova carta dirigida à ministra da Saúde, onde recorda a disponibilidade para ceder esta unidade ao Estado e realçando que o “Hospital Compaixão pode ser muito importante na melhoria das condições de saúde de uma parte significativa da população do Pinhal Interior”. Neste ofício, insiste no “pedido de uma resposta” às últimas cartas, enviadas precisamente a 26 de dezembro e 11 de novembro últimos.
Jaime Ramos apela também aos eleitos locais que, “perante a incapacidade de resposta aos doentes da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra pelas estruturas do Serviço Nacional de Saúde”, sejam “capazes de trabalhar em conjunto exigindo ao Governo que não continue a desvalorizar a região de Coimbra”. Frisa que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra precisa de “camas de retaguarda” e lembra que “os hospitais de Lisboa estão a enviar doentes para o hospital de campanha na Arena de Portimão e para outros improvisados hospitais”. “Manter a birra contra a Fundação e não utilizar o Hospital Compaixão é criminoso”, acusa o presidente da Fundação ADFP.