A Fundação ADFP lançou, através da Casa Dignidade, que funciona em Coimbra, o projeto “Passos para um Futuro”, que ao longo de três anos pretende apoiar 230 pessoas sem abrigo ou que se encontrem em situação de exclusão social, incluindo 120 pessoas que terão acompanhamento de um gestor de caso.

O projeto, em vigor desde dia 2 de Setembro e até 30 de agosto de 2027, tem um financiamento europeu de 400 mil euros do programa regional Centro2030, é composto por uma equipa de oito profissionais de diferentes áreas, como enfermagem, advocacia, serviço social, psiquiatria e gestão de caso, à qual se junta um médico de clínica geral.

O conjunto de profissionais mostra-se empenhado na “reintegração das pessoas em situação de sem abrigo”, referiu a diretora técnica da Fundação ADFP, Dalila Salvador.

Jaime Ramos, fundador e presidente da ADFP, explicou que “a maioria das pessoas em situação de sem abrigo são doentes ou deficientes mentais, com comportamentos aditivos, que consomem álcool e drogas ilícitas”.

“É nosso dever agir para impedir a sua degradação”, reiterou.

Depois de identificado o indivíduo, será feita uma análise pelos gestores de caso, que reunirão todos os dados necessários para a elaboração de um plano de intervenção. De seguida, serão ativados e acionados os meios necessários, por forma a personalizar o apoio ao sem abrigo que, segundo o presidente da Fundação, não pode ter acesso apenas a necessidades básicas, “de uma forma semelhante a canis ou gatis, acrescentando roupa”.

A Fundação ADFP trabalha com pessoas em situação de sem abrigo desde 2017 e, “no que diz respeito à saúde, verificamos ser inexistente uma intervenção eficaz no âmbito da saúde mental e de comorbilidade”, garantiu Jaime Ramos.

A directora técnica da ADFP, Dalila Salvador, considera que a implementação do projeto vai permitir a “esta população mais vulnerável participar mais ativamente na promoção da sua própria identidade e consequente inclusão”.