A Feira Popular de Coimbra é uma das candidatas ao concurso “7 Maravilhas de Portugal”, que é dedicado desta vez à cultura popular. De acordo com José Simão, presidente da União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas, a candidatura já foi validada e pretende “projetar esta feira, que é única no país, e vincar a sua importância social”.
“O nosso desejo é que seja eleita uma das ‘7 Maravilhas’. É uma feira com caraterísticas únicas, onde chegam a atuar, nos 17 dias, cerca de 1.000 artistas e que mantém tudo o que é tradição”, sublinha.
A candidatura foi apresentada na categoria “Festas e Feiras”, que pretende, como explica a organização, enaltecer “todos os eventos de cariz tradicional, cultural, festivo, infantil, popular e religioso, que sejam organizados e celebrados de forma periódica ou com organização anual”. A Festa ou Feira deve representar uma tradição local e realizar-se de forma corrente num período superior a 10 anos, como sucede com a Feira Popular de Coimbra, que conta com um longo historial, assumindo-se como um espaço de socialização, convívio e confraternização.
A margem esquerda vai estar muito bem representada neste concurso. José Simão congratula-se pelo facto de a Câmara de Coimbra ter candidatado também a lenda de Inês de Castro e a Procissão da Rainha Santa, na categoria Mitos e Lendas. Recorda que ambas têm muita importância para esta UF, destacando o peso histórico e emocional de Inês de Castro e o pendor religioso da Procissão, que mobiliza tantos milhares de fiéis.
“Podemos não ganhar mas é importante que estas candidaturas sejam apresentadas, que promovam o que temos e que mostrem que hoje Coimbra tem muito na margem esquerda”, sublinha.
A cultura popular serve, assim, de mote a esta edição das “7 Maravilhas de Portugal”, abrangendo desde a música, à dança, lendas, festas, máscaras, artesanato e tantas outras tradições que contribuem para fazer de Portugal um país ímpar.
É precisamente esse património que o concurso quer trazer a público, valorizando a cultura que faz parte da identidade do país. “O património cultural imaterial, a marca da terra, a preservação da criatividade do nosso povo e a capacidade que o país tem de inovar e de se reinventar nas suas tradições são cada vez mais fatores distintivos nas eleições 7 Maravilhas”, realça a organização, manifestando o desejo de elevar a “nossa cultura popular a um patamar de causa pública”.
A fase das candidaturas terminou no domingo, seguindo-se a fase da seleção, entre março e abril. Um painel de especialistas vai votar para escolher 21 patrimónios regionais de cada distrito ou região autónoma, organizados pelas sete categorias, selecionando três de cada categoria, num total nacional que pode atingir os 420 patrimónios regionais.
Numa terceira fase será feita nova votação para reduzir a sete os Finalistas Regionais, que serão posteriormente apresentados para votação pelo público, prevendo-se que os sete finalistas regionais por distrito e região autónoma sejam tornados públicos em maio.
As eliminatórias regionais decorrerão entre julho e agosto, quando forem realizados os 20 programas em direto na RTP1, sendo que em cada programa será encontrado apenas um vencedor por distrito e região autónoma.
A Gala Finalíssima está marcada para 5 de setembro.