13 de Junho de 2025 | Coimbra
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Falta de psicólogos nas universidades preocupa estudantes de Coimbra

14 de Julho 2023

A Associação Académica de Coimbra lamentou, na passada terça-feira (11), que a quantidade de psicólogos nas instituições de ensino superior esteja muito abaixo do recomendado, com média de espera de dois meses para uma consulta, e defendeu mais recursos para a saúde mental.
No âmbito da criação pelo Governo de um programa de promoção da saúde mental nos estudantes do ensino superior, a Associação Académica de Coimbra (AAC) apresentou diversas propostas para melhorar a resposta dada atualmente, com enfoque na necessidade de um aumento substancial dos recursos alocados a esta problemática.
Entre as propostas apresentadas pela AAC, João Caseiro, presidente da Associação, destaca o aumento do número de psicólogos nas instituições de ensino superior, a criação de suplementos às bolsas que permitam a estudantes com dificuldades financeiras recorrer a tratamento psicofarmacológico, desenvolvimento de ações de sensibilização e prevenção, e a promoção da realização de estudos sobre a saúde mental dos estudantes do ensino superior.
As propostas que serão apresentadas à comissão técnica criada pelo Governo tendo em vista o programa nacional surgem depois de aquela associação estudantil ter criado uma comissão permanente para a saúde mental, que envolve vários organismos da casa e que desenvolveu um relatório para fazer um ponto de situação, explicou João Caseiro.
O relatório contou com entrevistas a várias associações e federações de estudantes do país e à Ordem dos Psicólogos Portugueses, estando as propostas ainda abertas a discussão pública até sábado (15), sendo depois remetidas ao Governo.
O vice-presidente da AAC, Renato Daniel, vincou que nenhuma das instituições cumpre o rácio recomendado de um psicólogo para cada 500 alunos, sendo o rácio médio de um psicólogo para 3.238 estudantes.
No caso da Universidade de Coimbra, o rácio sobe para um psicólogo para cada cinco mil alunos.
Atualmente, os tempos de espera dos estudantes por uma consulta na sua instituição situam-se numa média de dois meses, quando a AAC defende que deveria ser, no máximo, de duas semanas, notou Renato Daniel.
Para João Caseiro, para além das propostas que são sobretudo reativas, é necessário pensar na forma como o ensino superior está estruturado e que, na sua perspetiva, potencia problemas de saúde mental.

“Grande parte dos problemas [ansiedade, depressão e ‘stress’] advém da ansiedade e da gestão do tempo. Os encargos financeiros, a pressão para frequentar o curso, acabar rapidamente, e ingressar no mercado de trabalho – situação agravada no pós-Bolonha – é uma questão estrutural”, constatou.


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