23 de Abril de 2025 | Coimbra
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Estudo prevê nova ponte pedonal e ciclável sobre o Mondego

11 de Fevereiro 2022

O estudo urbanístico para a margem direita do Mondego prevê a construção de uma nova ponte pedonal e ciclável sobre o rio, entre a Ponte de Santa Clara e o Açude-Ponte, no prolongamento da Rua dos Oleiros.

O documento, que foi analisado na segunda feira, na reunião do Executivo Municipal, e que vai estar em consulta pública, prevê também a compilação de alguns projetos existentes privilegiando a circulação pedonal, como a empreitada em curso de requalificação da Avenida Cidade Aeminium e as futuras obras do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM). Analisa, ainda, a possibilidade de a nova ponte dar continuidade a uma possível expansão da rede do SMM para a margem esquerda e zona sul do concelho, garantindo a localização proposta para a nova travessia “a sua integração na rede de Metro sem alterar o seu funcionamento ou as estações atualmente previstas”. De acordo com a memória descritiva analisada, garante que “essa ligação para sul se faça a partir de qualquer origem, exceto da Estação de Coimbra B”.

Segundo o documento apresentado, a nova ponte prevê uma faixa para o Metrobus e um só passeio do lado sul mas, “se no futuro vier a revelar-se indispensável uma nova ligação rodoviária à cota baixa, isso poderá ser feito a partir da Rua dos Oleiros”.

Para esta marginal está prevista “uma relação serena com o rio”, com materiais adequados e zonas verdes. Além da ciclovia, que percorre toda a extensão da marginal, o estudo prevê também a “possibilidade de acesso de veículos de emergência ou de caráter excecional, devendo ser essa faixa demarcada da forma mais ténue possível”.

O documento refere que, “à semelhança do que tem vindo a ser prática corrente em diversas cidades (tanto no país como a nível internacional), procurou-se nesta abordagem da frente de rio reforçar as suas ligações ao centro da cidade, privilegiando a sua requalificação para usos dominantemente pedonais (e cicláveis), procurando favorecer a presença de pessoas, a fruição urbana e o desfrute das margens para fins de desporto e lazer”.

Circulação automóvel revista na margem direita

Nesse contexto, foi descartada a possibilidade de manter um sentido aberto ao tráfego na marginal nos troços adjacentes à Estação Nova e à Agência Portuguesa do Ambiente (APA). “No primeiro caso por manifesta falta de espaço numa zona onde os fluxos pedonais terão a maior importância, na ligação da marginal ao Largo da Portagem” e “no segundo caso por atrair à marginal e ao tabuleiro inferior da Ponte Açude, um nível de tráfego indesejável e incomportável”, justifica a memória descritiva desta fase prévia do estudo urbanístico para a frente de rio.

A autarquia explica, por outro lado, que “encara as obras em curso na margem direita, para requalificação dos muros e do espaço público na Avenida Cidade Aeminium, como uma oportunidade de rever a circulação automóvel nesta zona da cidade”. Assim, depois do encerramento há vários meses da Avenida Cidade Aeminium, entende que é possível “ter uma ideia muito clara sobre a consequência para a circulação”. Por outro lado, essa nova realidade, levou já a “uma mudança nos hábitos de circulação automóvel”, realçam os técnicos municipais, considerando que esta situação se afigura como “uma oportunidade única para proceder a uma alteração da sua utilização, substituindo a sua função rodoviária e devolvendo-a aos modos suaves” e à fruição urbana.

As alterações à circulação previstas apoiam-se sobretudo nos arruamentos a concluir paralelos à Avenida Fernão de Magalhães, nas traseiras dos edifícios ali existentes, criando uma rede fechada e coerente. Quanto às novas áreas a urbanizar, está previsto, nomeadamente nos terrenos da Infraestruturas de Portugal, a “existência de um arruamento com um só sentido a nascente da via do Metrobus, garantindo assim alguma presença de veículos no local sem que, contudo, estes invadam a marginal, evitando travessias rodoviárias do canal de Metro”, é referido na memória descritiva.

A proposta passa por ter “apenas dois quarteirões abertos para o rio”, prevendo, assim, uma maior diversidade de percursos pedonais entre os arruamentos e as duas praças interiores, através da adoção de galerias. Será também possível estabelecer a ligação para norte da Rua do Cais da Estação, propondo-se para isso uma correção do seu traçado de forma a reforçar o alinhamento dos edifícios entre as ruas dos Oleiros e do Arnado. Está ainda prevista uma ligação direta da Rua Abel Dias Urbano à Rua do Arnado, respeitando os alinhamentos existentes nas traseiras dos edifícios da Avenida Fernão de Magalhães e o dos hotéis Vila Galé e Dona Inês permitindo, também aqui, criar uma pequena zona verde junto ao edifício da Ideal.

A vereadora com o pelouro do Urbanismo, Ana Bastos, considera que este estudo revelou-se “uma necessidade” face aos diferentes estudos que havia para a frente urbana, entre o Açude-Ponte e a Ponte de Santa Clara. Entende também que “a pressão urbanística, que se faz sentir sobre o desenvolvimento daquela frente urbana, justificou a adoção de uma atitude proativa da Câmara de Coimbra, enquanto entidade gestora do espaço, para desenvolver uma solução conjunta e integrada, onde se articularam preocupações de mobilidade, transportes, de requalificação urbana e morfologia urbana que confiram ao espaço coerência, funcionalidade e lógica de conjunto”.


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