Estudos clínicos em fase final vão trazer novos dados sobre a aplicabilidade e eficácia das células estaminais do cordão umbilical no combate ao autismo. Apesar do diagnóstico desta doença ter aumentado – estima-se que afete uma em cada 100 pessoas em todo o mundo-, há fortes probabilidades deste novo estudo ser uma alavanca para a regressão da doença.
“Nas últimas décadas, estudos de prevalência têm mostrado um aumento dos casos, por via de uma maior consciencialização de profissionais de saúde e familiares, bem como pelas alterações nos critérios de diagnóstico e diagnósticos em idades mais jovens”, afirmou João Sousa, diretor de qualidade do laboratório de tecidos e células BebéVida. No entanto, e “apesar de diagnósticos mais atempados, ainda há um caminho importante a percorrer no que respeita ao tratamento”, relembrou o especialista, a propósito do Dia Mundial do Autismo, que se assinalou na terça feira, 2 de abril.
Estudos já realizados nos EUA, cuja investigadora e médica hematologista pediátrica Joanne Kurtzberg participou, provaram a viabilidade e segurança de transplantes autólogos de células estaminais provenientes do sangue do cordão umbilical em crianças com perturbações do espectro do autismo.
Joanne Kurtzberg integrou a equipa que realizou o primeiro transplante de células estaminais em 1988, e tem até hoje dedicado grande parte do seu trabalho à aplicação de células estaminais no tratamento de crianças com autismo e paralisia cerebral, tendo registado já resultados positivos.
“Este é um ano de grande expectativa no que respeita às terapias celulares. Aguardamos os resultados do mais recente estudo da professora Joanne Kurtzberg e cremos que serão muito prometedores para o futuro do tratamento destas perturbações”, conclui João Sousa.
Recorde-se que o autismo caracteriza-se por persistentes dificuldades na comunicação e padrões repetitivos de comportamento, atividades ou interesses.