O Grupo de Investigação em Sexualidade Humana está a realizar um estudo pioneiro que visa aprofundar conhecimentos, bem como ampliar as possibilidades de prevenção e intervenção ao nível de problemáticas associadas às disfunções sexuais, comportamentos de risco, compulsividade e agressão sexual, atuando também ao nível da promoção da saúde e bem-estar sexual.
Desenvolvido em Portugal pelo Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab), da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, este estudo está a investigar a eficácia terapêutica da intervenção psicológica no tratamento da disfunção erétil e a comparar os seus efeitos com o tratamento farmacológico habitual. Trata-se, como explica a investigadora Ana Gomes, de “um estudo com um grande potencial terapêutico”, que a equipa quer fazer “chegar o mais possível a todos aqueles que se deparam com dificuldades desta natureza para assim poderem ter acesso, de forma totalmente gratuita, a um tratamento que se está a revelar muito promissor”.
A especialista em Terapia Sexual realça, ainda, que “vários estudos internacionais têm demonstrado a eficácia da intervenção psicológica em inúmeras perturbações emocionais (como ansiedade, depressão…)”, áreas a que este estudo pioneiro dá especial atenção.
Este grupo de investigação já conduziu vários grupos clínicos na cidade do Porto e em Lisboa e está, neste momento, a recrutar participantes na zona Centro do país.
De acordo com Ana Gomes, “os voluntários deste estudo receberão tratamento psicológico ou farmacológico gratuito durante um período de três meses”. Os voluntários devem ter entre 18 e 50 anos, estar numa relação heterossexual há pelo menos seis meses e apresentar dificuldades de ereção sem causa médica associada.
As sessões terapêuticas são conduzidas por psicólogos clínicos com formação especializada em terapia sexual e que são reconhecidos pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.
“Este estudo pode ter implicações muito importantes no desenvolvimento e aperfeiçoamento de tratamentos psicológicos mais eficazes para as dificuldades sexuais e ajudar a desvendar os mecanismos de mudança terapêutica, permitindo um melhor conhecimento dos processos envolvidos no sucesso terapêutico”, realça a especialista.
Este estudo conta com o apoio científico da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e da Delegação Regional Centro da OPP (Coimbra).
Recorde-se que a disfunção eréctil é uma das queixas sexuais mais frequentemente apontada pelos homens portugueses. Um estudo de prevalência das dificuldades sexuais masculinas, liderado por Ana Gomes, mostrou que “a disfunção erétil afeta cerca de 10 por cento dos homens portugueses (cerca de meio milhão!) e que esta é uma problemática com elevado impacto psicosocial”.
“As taxas de prevalência encontradas não são exclusivas do nosso país mas refletem uma tendência verificada a nível mundial e, por isso, é absolutamente necessário desenvolver soluções terapêuticas efetivas para minimizar o sofrimento associado a esta problemática sexual”, realça.
Para participarem neste estudo ou obterem mais informações, os interessados podem enviar e-mail para sexlab.fpceup@gmail.com ou telefonar para o 220 428 908.