Há dias, graças à escritora Leonor Xavier, encontrei-me com a palavra que dá título a este textinho: “escreviver”. Esta palavra, segundo a autora do livro “Há Laranjeiras em Atenas”, terá sido “inventada” por David Mourão-Ferreira. Adorei a palavra “escreviver” e assim que a conheci fiquei logo com (muita) vontade de a partilhar com os meus muito queridos leitores.
Desde que me conheço que me lembro de me encantar a juntar letrinhas, construíndo palavras, frases e pequenos textos. Foi no Colégio da Rainha Santa Isabel que aprendi a juntar letrinhas e daí em diante enchi muitos caderninhos. “38 anos de diários quantos caderninhos são?”, pergunta a Clarinha que escreve à Clarinha que compra os caderninhos (e as canetinhas japonesas)!!!
Ao longo da minha primeira vida de estudante universitária, na Universidade de Coimbra, levei muitas folhas de papel para casa por estarem cheias de letrinhas escritas em inesquecíveis jantares de curso. Algumas destas toalhas, cheias de letrinhas da Luxo, estão coladas nas páginas de alguns dos diários da minha vida.
Escrever é, sem dúvida, um dos prazeres da minha vida. É delicioso viver, quase diáriamente, (também) nas páginas dos meus caderninhos. Confesso que sou “muito esquisita” com as canetas que escrevem a minha vida. Apenas gosto de escrever com as canetinhas japonesas e fico “em pânico” quando se esgotam as suas cargas. Gasto, em média, uma carga por semana o que equivale a um custo semanal de 1.5 euros. Já merecia um patrocínio!!!
Não consigo viver sem escrever (nem quero imaginar que isso algum dia possa acontecer) da mesma maneira que não consigo escrever sem viver. Só gosto de escrever o que vivo embora nem tudo o que vivo seja escrito…
Felizmente escrevo com a mão esquerda porque assim a “arreliadora” lesão do cotovelo provocada por excesso de viagens não prejudica a paixão pela escrita.
…os meus dias estão muito (bem) recheados com os sons da guitarra e da raqueta de padel mas a alegria maior da minha vida é “escreviver”.