O movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) quer ver resolvido o impasse da construção da nova maternidade e anunciou, esta terça feira, em conferência de imprensa, que irá exigir a demissão de Fernando Regateiro da presidência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), caso não apresente, até essa data, um plano de localização da nova maternidade.
“Esta é uma posição de dureza não por animosidade para com Fernando Regateiro, mas porque garantiu, há sete meses, a publicação de um plano de localização das várias valências hospitalares em Celas e nos Covões, e até agora respondeu com uma muralha de silêncio”, referiu o coordenador do movimento, Jorge Gouveia Monteiro.
“A construção da nova maternidade de Coimbra continua por garantir e as duas existentes sobrevivem com enormes dificuldades”, sublinha, insurgindo-se contra “os responsáveis da saúde – nacionais e regionais – que se remetem a um silêncio desrespeitoso e comprometedor”.
O CpC estipula portanto o dia 1 de junho como data limite e garante que, nesse dia, “exigirá publicamente a demissão do professor Fernando Regateiro do cargo de presidente do Conselho de Administração do CHUC, a menos que este divulgue, até lá, o prometido plano de localização das diferentes valências, serviços e especialidades nos vários polos da cidade de Coimbra”.
O CpC anunciou, igualmente, que enviou ao presidente da Assembleia da República uma comunicação insistindo no agendamento do debate parlamentar da petição entregue em julho de 2018, que reúne 4.500 assinaturas, pedindo a construção da nova maternidade nos Covões.
Jorge Gouveia Monteiro considera, também, que a ministra da Saúde, Marta Temido, “deve tomar em mãos o dossiê da nova maternidade, incluindo a decisão sobre a sua localização, financiamento e calendário de construção, mas também sobre o reforço de meios das atuais maternidades de Bissaya Barreto e de Daniel de Matos até à entrada daquela em funcionamento”.
Recorde-se que, em dezembro de 2016, o anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou a construção de uma nova maternidade para Coimbra para substituição das duas existentes, que realizam aproximadamente 2.500 partos e cerca de 18.000 consultas por ano.
Em março de 2017, o Governo constituiu um grupo de trabalho – constituído por dois elementos da Administração Regional de Saúde do Centro, dois representantes do CHUC e um da Câmara Municipal – para estudar a localização da nova maternidade.
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos denunciou, no final de 2018, que “as maternidades de Coimbra estão a degradar-se, sem actualização de equipamentos e infraestruturas, com os profissionais em dois edifícios distantes, aguardando, precisamente, a construção de uma única maternidade”.