Os quatro concertos que a banda britânica Coldplay realizou, em maio, na cidade de Coimbra, geraram um retorno económico direto de 36 milhões de euros (ME).
“Os concertos dos Coldplay projetaram Coimbra a nível nacional e internacional e fizeram disparar a faturação na hotelaria e na restauração da cidade. Durante quase uma semana, Coimbra foi uma verdadeira capital do país”, afirmou o presidente da Câmara, José Manuel Silva, na sessão ordinária da Assembleia Municipal de Coimbra, que decorreu na passada quinta-feira (29).
Os dados apresentados pelo autarca foram obtidos a partir do estudo de impacto económico produzido pela Coimbra Business School/Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (CBS/ISCAC).
De acordo com o estudo, os quatro concertos da banda, que decorreram nos dias 17, 18, 20 e 21 de maio, no Estádio Cidade de Coimbra, originaram uma despesa total de 36 milhões de euros, tendo em conta o montante de despesa média de 180,14 euros dos 200 mil espetadores.
Os dados utilizados no estudo centraram-se em inquéritos nas imediações dos concertos e ainda na disponibilização de formulários (através de QR-Code) junto aos hotéis da cidade, bem como em dados facultados pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) e pela UNICRE – Instituição Financeira de Crédito, SA (UNICRE).
Foram validados 229 questionários, referentes a 1.665 espetadores, onde sete questões permitiram traçar o perfil dos espetadores, desde a idade, até a proveniência geográfica, passando pelo montante e o tipo de consumo que pretendiam realizar no quesito alojamento e restauração.
No que concerne ao número de espetadores, tanto em termos absolutos como em termos relativos, o estudo conclui que “os espetadores realizaram uma despesa média de 180,14 euros”.
Registou-se “alguma variabilidade em função do distrito de proveniência, com um mínimo de 107,94 euros para os espetadores do distrito de Coimbra e de 349,55 euros para os espetadores provenientes do distrito de Bragança, o que facilmente se explica pela distância geográfica”.
Segundo o estudo, “os espetadores que pernoitaram realizaram uma despesa que corresponde a mais do dobro dos espetadores que não pernoitaram”.
Já relativamente ao “recurso a serviços de restauração”, apurou-se que “os espetadores que recorrem a serviços de restauração apresentam um nível de despesa 55% superior à daqueles que não recorrem a este tipo de serviços”.
Através da análise dos dados fornecidos pela SIBS, concluiu-se que “o número de operações na rede SIBS aumentou” em 20,52%, comparativamente com a semana homóloga do ano anterior.
Quanto aos valores da UNICRE, “assinala-se o acréscimo observado na semana de realização dos concertos, relativamente à semana homóloga de 2022, tanto no número (15,63%) como no volume de transações realizadas na rede (8,37%)”.
“Esse acréscimo foi particularmente expressivo nos setores da hotelaria e da restauração, respetivamente de 34,64% e de 52,94%, no que se refere ao volume de transações”, salienta o estudo.