O cinema vai sair à rua de amanhã a 9 de outubro, em sessões aos sábados, sempre às 21h30, em diversos espaços emblemáticos da cidade de Coimbra.

Depois de um evento piloto no Jardim da Associação Académica de Coimbra (AAC), onde 85 pessoas assistiram ao filme “O Carteiro de Pablo Neruda”, o ciclo “Cinema fora de portas” arranca amanhã e durante seis semanas vai percorrer vários espaços da cidade, aproximando esta arte da população, através de um programa diversificado que “viaja” pela história do cinema, com exibições muito antigas e outras bem recentes, de forma a agradar a todo o tipo de públicos.

Durante a apresentação do evento – promovido pelos Caminhos do Cinema Português, em conjunto com a União das Freguesias (UF) de Coimbra, Universidade de Coimbra (UC), Queima das Fitas e Centro de Estudos Cinematográficos da AAC -, o presidente da UF de Coimbra destacou a importância de “criar sinergias” entre as várias entidades e associações, de forma a, em conjunto, poderem “dar mais à população e à cidade”. Recordou que a própria Junta já realizou, com “grande sucesso”, sessões de cinema ao ar livre no Jardim da Sereia, uma iniciativa que não foi possível continuar no ano passado devido à pandemia mas que é agora retomada, de forma diferente e reforçada. Diz que a Junta “abraçou de imediato” o desafio que lhe foi lançado pelos Caminhos do Cinema Português e espera que a população desfrute deste programa, que contempla não só vários espaços da freguesia mas também sugestões muito variadas. Lembrou ainda que este é “um programa que aproxima a cultura das pessoas”, desafiando-as por isso a inscreverem-se e a desfrutarem destas sessões.

Tiago Santos, dos Caminhos do Cinema Português, explicou que este ciclo estava “perspetivado há muito tempo”, sendo sua intenção ir “ao encontro das pessoas, através de um programa muito diversificado” que leva o cinema a locais pouco tradicionais, em exibições ao ar livre mas com a “devida qualidade profissional”. Espera que esta seja “uma experiência transformadora para a região” e manifestou o desejo de “fazer mais e melhor no próximo ano”.

Este ciclo integra a programação da Queima das Fitas, prevista este ano para outubro devido à pandemia. Henrique Duarte, da Comissão Organizadora, explicou que a inclusão deste ciclo nesta festa estudantil se insere “no desejo de renovação no programa da Queima” e congratula-se por se tratar de uma iniciativa que envolverá toda a cidade e não apenas os estudantes.

Inscrições obrigatórias e já disponíveis

O ciclo começa amanhã e, além da exibição tradicional, inclui ainda dois cine-concertos que se propõem a operar sobre o cinema de património português, através de uma nova roupagem que aproxime a população “não cinéfila” da cultura cinematográfica.

Estreia então amanhã, no Jardim da Sereia, com “Annete”, um drama romântico musical, de Leos Carax, que abriu o Festival de Cannes deste ano. Do centro da cidade segue, a 4 de setembro, para o largo da Igreja Matriz da Pedrulha, onde o público vai poder ver e ouvir o “biopic” de Patrícia Sequeira sobre as Doce, “Bem Bom”.

Daí o cinema viaja para a Escola José Falcão, a 11 de setembro, com a exibição de “Stardust – O nascer de uma estrela”, de Gabriel Range. O ciclo continua no dia 18, no Terreiro da Erva, com o “O Pátio das Cantigas”, de António Lopes Ribeiro; e no dia 25, no Jardim Botânico da UC, onde Marcelo dos Reis acompanhará “A Fonte dos Amores”, de Roger Lion. O programa termina a 9 de outubro, em local ainda a confirmar, com Wipeout Beat a acompanharem “Os Lobos” de Rino Lupo.

Todos os eventos ao ar livre são de acesso gratuito, embora com reserva de bilhete, em www.caminhos.info. Apesar de poderem ser efetuadas até seis horas antes de cada sessão, os interessados podem reservar já o bilhete para as sessões a que vão querer assistir. Já os cine-concertos custam 10 euros, valor que é reduzido para metade no caso dos estudantes e população sénior. A lotação prevista para cada sessão ronda os 200 lugares, devidamente espaçados, segundo as recomendações da DGS.

Tiago Santos, João Francisco Campos e Henrique Duarte apresentaram o ciclo “Cinema fora de portas”