16 de Outubro de 2024 | Coimbra
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CEARTE explorou terra, ar, fogo e água em oficina de Raku

8 de Setembro 2020

O Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE) promoveu, na semana passada, uma oficina de rakú, orientada pelo formador João Pedro Ferreira. Integrada no curso de “Técnico Especialista em Ofícios de Arte – Cerâmica e Vidro”, explorou esta técnica associativa, em que todos contribuem para o resultado final e que envolve no processo criativo quatro elementos – terra, ar, fogo e água.

Associada à cerimónia do chá, o raku é uma técnica cerâmica originária do Japão, que surgiu no século XVI. No século passado, em 1920, o ceramista Bernard Leach introduziu esta técnica criativa no Ocidente e, desde então, difundiu-se mundialmente, assumindo novas características, novas peças e diferentes decorações.

Integrada no curso de “Técnico Especialista em Ofícios de Arte – Cerâmica e Vidro”, esta oficina contou com a participação de 16 formandos. Cada um modelou e executou várias peças de barro. Seguiu-se a aplicação de diferentes tipos de vidrado com as peças a serem inseridas num forno próprio, a uma temperatura que varia entre os 800 e os 1000 graus. Atingida esta temperatura, as peças são retiradas do forno ainda incandescentes e colocadas numa atmosfera redutora, ou seja, num ambiente com pouco oxigénio. Na prática, são envolvidas em serradura (é nesta fase que por vezes surge chama). As peças são tapadas e, logo de seguida, mergulhadas em água fria a fim de provocar um choque térmico, o que permite obter efeitos espetaculares nos vidrados.

O CEARTE explica que “esta técnica é hoje uma estratégia criativa utilizada por muitos artistas”, sendo mais uma das experiências inovadoras que integram o curso “Técnico Especialista em Ofícios de Arte – Cerâmica e Vidro”, um dos cursos de cariz pós-secundário que disponibiliza e que tem a duração de 1500 horas.

Pioneiro no país, este curso de formação, à semelhança de outros cursos de especialização tecnológica, assenta numa forte componente científica e tecnológica, com oito meses de formação nas oficinas e laboratórios do CEARTE e três meses de estágio em empresas, museus, centros de restauro e ateliers de cerâmica e vidro.

Para elevar o patamar de qualidade da formação deste tipo de cursos, o CEARTE estabeleceu parcerias com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e o Departamento de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) e a Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, que ministram vários módulos teóricos e práticos.

Este tipo de formação concede ainda a equivalência de 25 créditos para as licenciaturas em Conservação e Restauro; História de Arte; e na licenciatura em Design.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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