A Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Centro (LPCC.NRC) promove este mês a 13.ª edição das caminhadas “Pequenos Passos, Grandes Gestos”, no âmbito do “Outubro Rosa”, mês da prevenção do cancro da mama.

“O mês de outubro é o mês do cancro da mama. O dia 15 é dedicado à saúde da mama e o dia 30 à prevenção”, disse Natália Amaral, secretária-geral da Direção da LPCC.NRC, na apresentação da iniciativa que decorreu na segunda-feira (2), indicando que o “Outubro Rosa” tem como finalidade sensibilizar a população para o diagnóstico precoce e rastreio do cancro da mama.

Estas caminhadas, organizadas pelas voluntárias do Movimento Vencer e Viver, também elas sobreviventes de cancro, assumem-se como uma iniciativa solidária que visa “sensibilizar para a prevenção do cancro da mama, bem como apoiar as mulheres a quem foi diagnosticada a doença”. A ação terá lugar a 14 de outubro, pelas 15h00, e decorre em simultâneo em sete cidades da região Centro (Aveiro, Castelo Branco, Covilhã, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu).

Em Coimbra, a iniciativa tem início, pelas 15h00, na Praça da República com destino ao Jardim do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, com passagem em várias zonas da cidade, como a Baixa de Coimbra, Parque Manuel Braga, Ponte Pedro e Inês e Choupalinho. Ao longo do dia, além da caminhada, vai ser dinamizado um conjunto de atividades alusivas a práticas de um estilo de vida saudável e muita animação.

Desde a sua primeira edição, em 2010, as caminhadas “Pequenos Passos, Grandes Gestos” já contaram com a adesão de mais 160 mil participantes e permitiram angariar cerca de 700 mil euros, “valor que possibilita a continuidade da missão da LPCC”, nomeadamente através da aquisição de equipamentos essenciais para o diagnóstico do cancro da mama, como uma carrinha com mamografo, cujo valor ronda os 350 mil euros.

“Quanto maior for a ‘mancha rosa’ no dia 14 de outubro, maior será o impulso desta iniciativa que tem vindo a ter uma adesão crescente ao longo dos anos”, partilhou Sónia Silva, psicóloga e responsável da Unidade de Voluntariado da LPCC.NRC, indicando que quem não estiver disponível para participar na caminhada, pode juntar-se à iniciativa vestindo a camisola do evento ou adquirir qualquer outro dos artigos que se encontram à venda.

Ao longo do mês de outubro, acrescentou, “vão ser dinamizadas várias atividades em toda a região Centro”.

Natália Amaral destacou a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do rastreio, lembrando que este é realizado a “mulheres assintomáticas que, à partida, não têm indícios da doença”. “Quando chegam aos 50 anos, as mulheres devem aceder ao convite de realizar o rastreio, que é gratuito, feito pela LPCC, através dos Centros de Saúde que nos cedem as listagens”, explicou a responsável.

O cancro da mama é um relevante problema de saúde pública. De acordo com os dados estatísticos mais recentes, é o cancro mais frequente em Portugal e em todo mundo. Em 2020, no nosso país, estima-se que sete mil mulheres tenham sido diagnosticadas com cancro da mama e 1800 tenham morrido com esta doença. Apesar de ser o tipo de cancro mais incidente na mulher, cerca de um em cada 100 cancros da mama desenvolvem-se no homem.

Recorde-se que, se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%. A prevenção e diagnóstico precoce são, portanto, “fundamentais para o aumento da sobrevivência e manutenção da qualidade de vida”.

Apelo a mais mãos solidárias

O Movimento Vencer e Viver é uma das iniciativas da LPCC de voluntariado que reúne mulheres sobreviventes de cancro da mama para ajudarem outras mulheres que passam pela mesma doença. O trabalho das voluntárias passa por dar o seu testemunho, apoiar, alertar, informar e dar uma palavra amiga a quem está neste momento a ultrapassar o cancro da mama, bem como acompanhar os familiares.

“Transmitimos uma mensagem de esperança e de que é possível vencer o cancro”, disse Estela Garcia, voluntária do Movimento Vencer e Viver e sobrevivente de cancro da mama, indicando que fazem visitas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e no Instituto Português de Oncologia.

As três representantes da LPCC.NRC apelaram à inscrição de voluntários para apoiar esta causa. “Temos muita falta de voluntários, pelo que convidamos todas as mulheres sobreviventes de cancro da mama a inscreverem-se no Movimento Vencer e Viver”, incentivou Estela Garcia.

“Ser voluntária é poder ver o fruto das minhas palavras, um sorriso no rosto e sentir um raio de esperança no coração de quem está frágil. É dar um pouco de mim por uma causa. É dar e receber abraços de aconchego. É oferecer uma semente para um amanhã diferente”, disse Estela Garcia

Algumas recomendações:

Faça uma alimentação saudável

Aumente o consumo de fruta e vegetais.

Pratique atividade física com regularidade

Se notar alguma alteração na mama (nódulo, pele espessada, corrimento mamilar) consulte o seu médico.

Participe no Rastreio do Cancro da Mama