A construção, no Palácio dos Melos (antigas instalações da Faculdade de Farmácia), de uma nova Biblioteca para valorizar o acervo bibliográfico de cerca de 500 mil volumes da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra é uma velha aspiração, com mais de 90 anos.
Hoje (2 de junho) o arquiteto Siza Vieira apresentou o estudo prévio do projeto de arquitetura que já tinha iniciado há 15 anos, dado que o contrato para elaboração do projeto da futura Biblioteca foi celebrado em 2005.
Desde aquela data houve atrasos motivados pelas escavações arqueológicas indispensáveis para se poder iniciar a obra e as consequências da crise económica que afetou o país durante o período do programa de assistência financeira pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (2011-2014) também retardaram a concretização do projecto.
A ideia é agora retomada, mas como no intervalo de tempo decorrido desde 2005 saiu nova legislação nos domínios de segurança ambiental e contra incêndios, acústica, instalações eléctricas e hidráulicas, saúde e gestão de resíduos foram efectuadas modificações no projecto inicial – sem alterar o Projeto de Arquitetura e os Arranjos Exteriores.
Concluídos todos os trabalhos de adaptação, aconteceu a apresentação do Estudo Prévio pelo arquitecto Siza Vieira, o qual se declara “satisfeito” pelo avanço e “cheio de esperança” em ver a concretização.
Segundo o arquiteto, a adaptação do Palácio dos Melos tem em atenção toda a envolvência com a Universidade e a cidade de Coimbra, agora ainda mais relevante por estar na área de Património Mundial da Humanidade.
O novo corpo de construção não se sobrepõe e tem uma relação com os edifícios em volta, com todo o conjunto para a Biblioteca da Faculdade de Direito a ter 11 quilómetros de estantes, conforme declarou Siza Vieira.
A sessão de apresentação contou com a presença dos vice-reitores da UC João Nuno Calvão da Silva e Alfredo Dias, do Diretor da FDUC, Rui de Figueiredo Marcos, e dos administradores da Fundação Rangel de Sampaio, Filipe de Albuquerque Matos e Francisco Brito Pereira Coelho.
Conforme salientou o Diretor da FDUC, a centenária Biblioteca da Faculdade de Direito “é preciosa”. “Senhora de riquíssimos fundos, rivaliza com as grandes bibliotecas jurídicas europeias e representa um poderoso facto de atracção para professores e estudantes, incluindo as numerosas legiões estrangeiras”, referiu.
Rui de Figueiredo Marcos aludiu, ainda, “à esperança que se revigora”, com o projeto “revigorado e atualizado” do arquiteto Siza Vieira, depois de um dia terem sido “colhidos de surpresa com a desencantadora notícia que a verba que estava destinada para a Biblioteca se esfumou no meio das turbulências de um certo Orçamento de Estado”.