24 de Abril de 2025 | Coimbra
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MANUEL BONTEMPO

Apontamento

15 de Outubro 2021

O mistério do mundo, a atmosfera das pesadas relações sociais, os regulamentos ditados por díspares e antagónicos conceitos, o senhor e o escravo, as dificuldades dos contactos humanos e humanizados, a quase impossibilidade da pessoa identificar o bem, a venda do corpo gera o crime, o dolo e onde a prostituição é uma possessão eterna na prática do mal. Vem desde as calendas gregas a prática do mal.

O mundo foi concebido já com o pecado original. Parece que o mundo foi criado por um sádico para se prostituir não só na matéria, na fisiologia do corpo, mas no espírito e na alma.

Há muitas formas de prostituição, não só na mulher que vende o seu corpo, no adultério da mulher fanada, da mal casada, da juridicamente criminosa.

Quem não conhece em pensamentos as orgias da idade média e de outras épocas dos Bórgias e de tempos mais recentes.

Prostituídos na consciência o crime deste jaez atinge afinal toda a gente transviada. Gente da política, da ciência, da religião; e não só a vulgar “rameira” que comercializa o seu corpo a quem passa.

A prostituição – a profissão mais velha do mundo – sobrevive à derrocada da civilização, da cultura, da religião. Para todo aquele que queira fazer história sociológica tem de retomar este tema, esta política de costumes, estes interesses teóricos e práticas da prostituição.

É um paradigma e modelo social das sociedades antigas e ainda hoje sobrevive com as suas trágicas consequências.


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