O ser enquanto ser encara na vida atual uma situação angustiante a bem dizer frustrante, ora por falta de ingredientes culturais, estruturais; ora por falta de substratum espiritual, económico e social, que o leva muitas vezes a reações interiores equívocas, ambíguas, despersonalizantes e ainda a um ceticismo, do viver é sofrer, na expressão de Schopenhauer, o filósofo alemão, ou seja a um estado emocional de aflição latente. Será o famigerado stress que se vive nas sociedades sem rumo definido.
Será também falta de consciência coletiva política e de consciência social que empurra o homem para uma descrença, em que uma onda alterosa de injustiças sociais somente sobrevive o indivíduo venal, de ganância materialista, o corrupto, o trafulha, o que rouba, e o que se serve dos lugares ou das posições como meio de lesar o que pertence a todos. À sociedade sempre molestada por vampiros…
Não haverá lugar para a intervenção do ser como pessoa, ente de razão, numa geometria sensível e intelectual, que não intelectualista, da necessidade moral numa ânsia a osmose objetivo-subjetiva, indíviduo-pessoa, essencialmente ética.
A vida é hoje, sem dúvida, um mercado, um negócio, onde predomina o crime a todas as vertentes, uma pessoa de fulanos e sicranos chegarem com gula atropelando todos a uma meta perniciosa, a um fim, custe o que custar. São uma espécie de bandoleiros.
Não se escolhem os meios para atingir os fins.
E para isso atraiçoam-se os ideais, é como se fosse leiloado na praça pública, tudo se corrompe.
A consciência, a palavra de honra, dignidade, fé, convicções, corpos e alma, tudo se negoceia.
Talvez o stress que se vive seja o culpado deste estado mórbido!