Deu o município a conhecer que vai promover o Prémio “Varela Pècurto | Concurso de Fotografia de realização bienal, tendo como mote “Coimbra em perspetiva”, que visa enriquecer o acervo fotográfico do município com imagens inéditas que mostrem a cidade sob perspetivas e ângulos distintos, em enquadramentos e composições diferenciadas, que questionem e façam refletir sobre a sua realidade” – aqui está, detalhada, uma iniciativa a merecer aplausos por homenagear o decano da Comunicação Social conimbricense e uma personalidade fascinante e talentosa que tem o condão especial de SABER OLHAR e SABER CAPTAR com excelência.
Escrevi, há algum tempo, acerca deste nosso Mestre, a completar 97 anos este mês, referindo a sua notável experiência, do cinema à fotografia, apurando uma estética do realismo ou neorrealismo e com participações em concursos e em salões onde obteve vários prémios.
Foi um pioneiro da RTP, na cidade e região, tendo sido o seu primeiro correspondente ainda com máquinas de filmar (película). É a nossa versão de Manoel de Oliveira? Talvez. Mas é, no meu entender, a nossa versão de Luís Buñuel que esperava horas a fio pelo momento adequado para fixar um instantâneo de vida para a posteridade… como o salto daquela menina no pátio. VARELA PÈCURTO já está com letras de oiro inscrito na História da Fotografia Portuguesa e representado em vários Museu. Coloco VARELA PÈCURTO ao lado de Sergei Eisenstein pelos grandes planos que alcança e pela forma como cruza o documental com o ficcional mantendo elevados valores estéticos, aliás, fundamentais, tal como preconizava Mário Dionísio. VARELA PÈCURTO tem vários livros de fotografia editados, em concreto, PENACOVA (em três línguas), LOUSÃ (em cinco línguas) e também obra dedicada à sua Ervedal do Alentejo natal, além de colaborar em variadíssimos livros de turismo e de arte.
Destaque para a sua representação no MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA com 15 fotografias e ilustração de várias obras nacionais e estrangeiras. Na filatelia há igualmente selos com fotos de VARELA PÈCURTO. Trabalhou para a imprensa diária regional e nacional e tive o privilégio de contar muitas vezes com as suas fotos em reportagens feitas para o jornal desportivo A BOLA.
Para O DESPERTAR e para o antigo JORNAL DE COIMBRA, VARELA PÈCURTO conseguiu levar-nos, pela sua objetiva, às vezes com textos que acompanhavam as suas fotos, a “monumentos de pormenor” da nossa Coimbra, a cidade onde se fixou com a Esposa, o amor da sua vida. Aliás, a sua saudosa ESPOSA, a FOTOGRAFIA e COIMBRA serão, eternamente, as GRANDES PAIXÕES do grande VARELA PÈCURTO.