15 de Março de 2025 | Coimbra
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Universidade de Coimbra otimista em relação ao Orçamento para 2021

16 de Outubro 2020

O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, afirmou anteontem que há motivos “para algum otimismo” em relação à proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021, congratulando-se com o reforço da dotação na ciência e ensino superior.

“Veremos como ocorrerá a discussão na especialidade, mas temos motivos para algum otimismo, assim prevaleça um bom e esclarecido entendimento entre os partidos de oposição”, disse Amílcar Falcão, que discursava na cerimónia da abertura solene das aulas da Universidade de Coimbra (UC).

Apesar de considerar que o OE para 2021 “aparenta ser o possível em tempos de pandemia”, o reitor salientou a preocupação do documento “no sentido de utilização dos fundos europeus que serão fundamentais para a construção de uma Europa e de um país renovados, sustentados na ação climática, no conhecimento e na transição digital”.

Amílcar Falcão realçou o reforço da dotação orçamental na área da ciência e do ensino superior, que “espelha a aposta necessária no apoio social aos estudantes, no suporte à ação científica das instituições e no controlo ao défice decorrente dos efeitos da pandemia”.

Durante o seu discurso, frisou ainda o apoio “inequívoco” da instituição às “recentes propostas para a descentralização de instâncias judiciárias”, desafiando ainda o Governo para que tenha “esta ousadia também em várias outras áreas da vida social”.

Amílcar Falcão destacou também a necessidade de preparar, neste contexto de pandemia, “a universidade do futuro”, apresentando o seu modelo, que passa por, entre outras coisas, o estímulo à criação de empresas no seio da academia, a aposta na aprendizagem ao longo da vida, o rejuvenescimento do corpo docente, não-docente e de investigadores, a promoção de uma política de ciência aberta ou a aposta na neutralidade carbónica.

“Não precisaremos de esperar dez anos para concretizar estes objetivos. Nos primeiros anos desta década teremos uma Universidade de Coimbra diferente e diferenciadora”, disse.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o convidado de honra na Abertura Solene das Aulas da Universidade de Coimbra. Na sua intervenção, defendeu que para aproveitar “a oportunidade única e irrepetível” dos novos fundos europeus e fazer face à crise é preciso qualificar “mais e melhor”, com mais meios para a educação e ensino superior. O chefe de Estado considerou que é necessário “dar mais meios para que a excelência se aprofunde e amplie, para que a formação se concretize e se abra e atinja novos patamares de qualidade e quantidade”. No entanto, entende que é preciso “ir mais longe”, não se esquecendo o ensino superior, não minimizando “o seu papel” e não distinguindo “entre eleitos e não eleitos”.

Na sessão interveio ainda o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Daniel Azenha, que alertou para as barreiras no acesso ao ensino superior. “Em Portugal, não somos livres de escolher a instituição que mais nos agrada ou o curso que mais gostamos. Escolhemos consoante o custo da habitação e o nosso rendimento familiar”, afirmou.

Para Daniel Azenha, “é maior o esforço financeiro e emocional” para os estudantes nas universidades portuguesas “do que o esforço intelectual e do trabalho”.

A sessão terminou com a tradicional Oração de Sapiência, pelo professor catedrático da Faculdade de Letras, Carlos Reis.


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