Há hoje, (ainda), em várias comunidades o costume semanal (onde há presença ou devoção franciscana) de todas as terças-feiras, ocorrer a bênção dos pães. Até hoje, na devoção popular, os pãezinhos de Santo António são colocado pelos fiéis nos sacos (vasilhas, latas) de farinha e de outros alimentos, com a fé de que nunca lhes faltará o que comer.
Mais do que a origem do Pão de Santo António, importa perceber toda a riqueza do seu simbolismo. Sem dúvida, ele revela toda a magnificência da dimensão apostólica da vida do pai dos pobres, Santo António.
Nalgumas localidades passaram distribuir pãezinhos todos os anos. Quem não os come, guarda-os por anos, até décadas. Pedem algo de especial ao santo padroeiro de Lisboa, colocam-no na mesa-de-cabeceira, às vezes, com uma moeda por baixo. A história continua a desenrolar-se, embora com a decadência dos tempos.
Dizem que o pão nunca apodrece e, segundo a tradição, deve ser comido passado um ano, no dia 13 de Junho. Alguns comem-no sem nada, outros molham no leite, chá, sopa ou vinho do Porto. O pão simboliza a vida. Simboliza a fraternidade. Quando se diz que falta o pão, dizemos que falta a comida, falta o alimento, falta o necessário para a vida. A história do Pão de Santo António está plasmada numa lenda curiosa que é assim narrada: “António comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido roubados”.
Atónito, foi contar ao Santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. O Irmão padeiro voltou estupefacto e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento. A partição do pão era uma devoção das terças-feiras.
. Santo António foi sepultado no dia 17 de Junho, uma terça-feira. Teve então início o costume de lembrá-lo nesse dia. Com o decorrer do tempo o hábito passou para o esquecimento. Reapareceu no século XVII, como explicam os Bollandistas num caso de 1616. Um casal de Bolonha não conseguira ter filhos durante vinte e dois anos, por mais que desejassem. Foi aí que entrou Santo António. Os esposos apelaram para sua intercessão.
Há ainda muitas igrejas, nas quais, às terças-feiras, o movimento de fiéis é considerável. Horários especiais de celebrações eucarísticas, muita gente na fila do confessionário e, ao fim da missa, a bênção de Santo António, com aspersão dos fiéis. Algumas também distribuem pãezinhos de Santo António.
É interessante constatar que ao folhear o livro de missa da minha avó fui encontrar esta oração a Santo António
«Lembrai-vos, ó grande Santo António, que o erro, a morte, as calamidades, o demónio, as doenças contagiosas, fogem por vossa intercessão. Por vós, os doentes recobram a saúde, o mar se acalma, as cadeias dos cativos quebram-se, os estropiados recobram os membros, as coisas perdidas voltam a seus donos.»
( a minha respeitosa vénia para https://www.drafilo.com.br, Wikipédia, jornal SOL, escrito Malta)