13 de Junho de 2025 | Coimbra
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Antónia Inácio Nogueira

TESTEMUNHOS: Amor… Amor, Por Entre as Veias da Guerra

19 de Maio 2023

Meu amor vou partir, a guerra espera, vou-te deixar,

Já sinto a balada triste do meu pensar,

Já vejo o sofrimento de não voltar.

Estou vazio, dá-me vontade de chorar;

Também magoado estou, a indignar.

O coração, já sem força, bate devagar,

Ansioso está, p’ra deixar o tempo passar.

Ouve-me, um pouco, meu já desfeito coração,

PÁRA um instante, não quero sentir a percepção da morte,

Já que a morte não é superação.

É noite alta, nas alturas do avião da guerra, vai nascer o dia.

Meus pensamentos deslizam vagarosos como secos rios;

Está sobre mim um véu de sombra e melancolia.

Estou moribundo e tenho os lábios frios,

Não alcanço novo dia que sorria.

Ó, o do soldado é negro, já o pressentia.

Estendo os braços mas logo caem;

Não ouço a tua voz para além dos tiros,

Não acolho teus mimos no seio do capim;

Vejo então a longa distância donde saem

Os ecos das saudades que sentimos


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