Meu amor vou partir, a guerra espera, vou-te deixar,
Já sinto a balada triste do meu pensar,
Já vejo o sofrimento de não voltar.
Estou vazio, dá-me vontade de chorar;
Também magoado estou, a indignar.
O coração, já sem força, bate devagar,
Ansioso está, p’ra deixar o tempo passar.
Ouve-me, um pouco, meu já desfeito coração,
PÁRA um instante, não quero sentir a percepção da morte,
Já que a morte não é superação.
É noite alta, nas alturas do avião da guerra, vai nascer o dia.
Meus pensamentos deslizam vagarosos como secos rios;
Está sobre mim um véu de sombra e melancolia.
Estou moribundo e tenho os lábios frios,
Não alcanço novo dia que sorria.
Ó, o do soldado é negro, já o pressentia.
Estendo os braços mas logo caem;
Não ouço a tua voz para além dos tiros,
Não acolho teus mimos no seio do capim;
Vejo então a longa distância donde saem
Os ecos das saudades que sentimos