O inglês é uma língua importante, sem dúvida, mas não pode eliminar o francês, culturalmente insubstituível, nem o italiano, nem o português ou outras línguas nacionais.
Os parolos cá da terra é que julgam que se tornarão cultos se fizerem a aculturação do nosso idioma. Na realidade, o português tornou-se uma miscelânea de pseudo brasileiro e expressões ou palavras inglesas empregadas, muitas vezes, sem se lhes conhecer o significado profundamente verdadeiro. A ignorância da gramática e da semântica leva a dar formas «estapafúrdias» aos termos e à sintaxe (quantas vezes, escandalosamente, disparatadas), tão do agrado de comunicadores e, até, de altos dignitários da coisa pública.
Os analistas de comunicação social (que muitos chamam de «papagaios») que «enchameiam» as televisões, por exemplo, discorrem sobre qualquer assunto e, lá no meio, aí vai um chorrilho de palavras inglesas. Consequência: o raciocínio que, às vezes com dificuldade, se ia compreendendo, de redondo matizado e pseudo erudito, reduz-se a palavras vãs, após a difícil tradução do ouvinte.
Mas o que me perturba mais é o bacoquismo de altas personalidades que falam inglês na sua própria terra para não perturbar o raciocínio do respeitoso visitante que, desta forma, não se vê na obrigação de mandar traduzir ou falar português.
Com isto tudo não pretendo dizer que não se tenha de falar inglês, é importante falar inglês. Daí a ser subserviente, «bimbo», na terra onde se nasceu, considero intolerável. Lá fora ninguém se esforça por compreender a nossa língua. Eu vou a Inglaterra tenho de falar inglês, vou a Espanha tenho que falar espanhol, vou a França tenho de falar francês, em Itália italiano e cá ninguém faz esforço para nos entender, falando nós uma das línguas mais utilizada no globo!…Afinal estamos na nossa terra e temos de falar inglês? E é se queremos? Eu não quero.
Não aceito trocar a minha língua no meu terreiro, o que não deve confundir-se com alguma exaltação nacionalista ou chauvinista que por aí abunda. Como afirma João Videira Amaral, aí temos “ A Língua Portuguesa Colonizada…” .E disse.