A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) e a Associação Portuguesa de Telemedicina (APT) assinaram, na segunda feira, um protocolo de cooperação no âmbito da saúde digital, transformação digital na saúde, telessaúde e telemedicina, para atividades a desenvolver na região Centro.
No âmbito deste acordo, estas entidades dão “mais um passo na partilha de conhecimentos especializados bem como das técnicas e dos instrumentos telemáticos”.
O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, explicou que “a telemedicina é um fator de coesão territorial, porque aproxima os doentes e as pessoas dos cuidados de saúde e dos médicos”. Lembrou que há “desigualdades” nesta região no que toca ao acesso aos cuidados de saúde, sobretudo mais na zona do Interior, sendo a telemedicina uma resposta que pode ajudar a combater essas assimetrias, uma vez que possibilita que qualquer doente, independentemente da região em que se encontra, tenha acesso a determinados tipos de cuidados de saúde por esta via.
Para Carlos Cortes, “a telemedicina não pode ser um aspeto efémero” mas sim “de futuro, que importa discutir e estruturar”. Defende que há aspetos que é imperativo ter em conta, não só de ordem técnica mas também ética e deontológica.
O presidente da SRCOM assume que a “relação entre médico e doente assenta muito na presença física” mas entende que a telemedicina “vem complementar” essa relação. “A telemedicina não é um meio tecnológico frio. É um meio que nos permite estar mais ligados aos doentes. É um fator de desenvolvimento da saúde”, sublinha.
O presidente da Associação Portuguesa de Telemedicina, Eduardo Castela, destacou a importância que a telemedicina tem tido no atual contexto de pandemia, sendo “uma mais valia para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Recordou que esta resposta “veio para ficar”, tendo sido precisamente em Coimbra que começou, em 1995, manifestando o desejo de que, com esta parceria, seja possível continuar a impulsioná-la e a contribuir para o desenvolvimento do país.
Carlos Cortes recordou, durante a sessão, o professor Agostinho Almeida Santos, fundador da Associação Portuguesa de Telemedicina (homenageado, a título póstumo, no início do mês no seu Congresso da Ordem dos Médicos) e o “papel visionário que teve na questão da telemedicina e no contacto à distância com o doente”.
O acordo agora estabelecido entre estas duas entidades visa promover e estabelecer as formas de parceria e ações de cooperação entre ambas, tendo como objetivo a partilha do conhecimento e das boas práticas no âmbito da telemedicina, através da realização de conferências no domínio da saúde, consultoria técnico-científica, projetos de sensibilização na área da literacia digital em saúde. Prevê, também, a realização de atividades conjuntas.