O Sport Club Conimbricense completa, na quinta feira (3 de fevereiro), 112 anos de vida. O histórico clube da Baixa de Coimbra vai adiar as celebrações para 8 de abril e espera que, nessa altura, tenha já novidades em relação à cedência do terreno onde pretende construir um novo pavilhão, equipamento fundamental para que esta coletividade possa crescer e abrir-se a novas modalidades.
O Sport Club Conimbricense completa mais um ano de vida. São já 112 as “velas” que apaga este histórico clube da cidade, que nasceu e cresceu na Baixa de Coimbra, no território da União das Freguesias de Coimbra. Com um percurso longo, que muito honra o desporto, o associativismo e a cidade, o Sport é um exemplo de que com trabalho e dedicação é possível assegurar um dinamismo permanente.
O presidente do clube, Carlos Ferreira, não esconde o orgulho que tem em ver o Sport a completar mais um aniversário, recordando todos quantos contribuíram para manter o clube vivo e dinâmico, desde as sucessivas Direções aos muitos milhares de atletas que passaram por esta casa ao longo destes 112 anos.
A pandemia, que se arrasta há quase dois anos, tem condicionado o trabalho deste clube. Vai condicionar também as celebrações deste aniversário, que não se realizarão no dia 3 mas que estão já marcadas para 8 de abril, esperando a Direção que nessa altura estejam já reunidas as condições para que decorram em segurança.
“No dia do nosso aniversário, a 3 de fevereiro, faremos apenas uma sessão simbólica, onde anunciaremos o que estamos a planear para as comemorações de 8 de abril”, explica Carlos Ferreira. O presidente adianta, para já, que está planeado “um jantar de gala e outras atividades”, que deverão passar por “atuações de alguns grupos e pela realização de uma passagem de modelos ou de um concurso para eleger a Miss Sport”.
“Esperamos poder celebrar nessa altura já num contexto mais tranquilo, que não crie a apreensão que se sente atualmente. Chegar a esta idade é uma honra para todas as gerações que por aqui passaram. É uma idade excecional. Todos sabemos que há cada vez menos gente a dedicar-se ao associativismo, que falta ‘sangue novo’ e, portanto, passados estes 112 anos, é um orgulho para nós manter o clube ininterruptamente em funções, com um palmarés invejável e com todos os momentos bons que tem tido”, sublinha Carlos Ferreira.
O sonho do novo pavilhão
Ver resolvido o problema do terreno onde o clube pretende construir um novo pavilhão, que complemente a atividade do Pavilhão da Palmeira e abra novas possibilidades ao clube, continua a ser o grande sonho da Direção. Carlos Ferreira lembra que “o terreno foi dado ao Sport já no ano 2000 pela Câmara Municipal de Coimbra” mas, apesar dessa cedência ter sido aprovada pelo Executivo e pela Assembleia Municipal, continua sem ter sido efetivada, decorridos 22 anos.
“Tivemos uma reunião há dias com o sr. vereador do Desporto e no dia 8 de fevereiro vamos ter uma reunião com a Câmara. Estou com fé que tenhamos este problema do terreno resolvido antes das comemorações do aniversário”, admite Carlos Ferreira.
O Sport pretende construir nesse terreno, situado na Estrada de Eiras, um novo pavilhão. O presidente lembra que o Pavilhão da Palmeira tem já mais de 50 anos e “não reúne as condições necessárias para que o clube possa ter outras modalidades e para que possa crescer”. Salvaguarda, contudo, que este pavilhão da Baixa é para “manter sempre ativo” e que “são instalações que o clube não quer perder”, sendo muitas as potencialidades que este espaço, situado no “coração” da cidade, tem para oferecer ao clube, aos atletas, aos associados e mesmo à comunidade, estando sempre de portas abertas quando necessário.
“Avançar com a construção do novo pavilhão é determinante para o crescimento do Sport. Nós só queremos que a Câmara cumpra o que está aprovado, que nos entregue o terreno, o projeto e a licença. Não estamos a pedir mais nada para já. Precisamos, de facto, que o terreno passe para a esfera do Sport para que possamos depois contactar patrocinadores que nos possam apoiar”, realça.
Carlos Ferreira estima que esta construção possa custar “entre 200 a 400 mil euros”. Diz que a intenção do clube é construir “um pavilhão, bancadas e balneários com as devidas condições”, mas nada de muito grandioso em termos de dimensão, uma vez que, como realça, para grandes realizações, “os clubes de Coimbra têm o Pavilhão Multidesportos que podem utilizar”.
Neste momento em que o clube se prepara para celebrar mais um aniversário, o presidente faz, mais uma vez, “um apelo aos responsáveis para que possam ultimar esta dádiva, para que passe de facto ao papel de forma a que seja possível levar o projeto para a frente”. Carlos Ferreira assume mesmo que esta tem sido uma das suas “grandes lutas” e mantém a fé de que “este barco pode chegar a bom porto”.
Cerca de 140 atletas e meio milhar de sócios
O Sport Club Conimbricense conta, atualmente, com cerca de 140 atletas, distribuídos pelas várias modalidades – basquetebol, futsal, futsal para cegos, ginástica e desportos de combate.
A pandemia condicionou as atividades do clube, bem como o número de praticantes. Carlos Ferreira assume que há projetos e atividades que a Direção gostaria de desenvolver mas, devido ao contexto que se vive, com todas as limitações bem conhecidas de todos, não tem sido fácil fazê-lo como gostariam, como sucede no projeto de desporto para pessoas com deficiência. O Sport tem o futsal para cegos a funcionar mas tem outras modalidades, também nesta vertente, que pretende implementar, esperando que tal possa suceder brevemente.
A nível de sócios, o clube conta com cerca de 500, um número que pretende também aumentar. As cotas custam atualmente 20 euros por ano e a Direção gostaria de atrair mais jovens para a coletividade. Carlos Ferreira adianta que está uma pessoa a trabalhar, desde este mês de janeiro, no clube, que assume a responsabilidade por algumas modalidades mas também por algum serviço administrativo, que inclui a tentativa de “arranjar mais sócios e também mais patrocinadores”.
“Quantos mais formos melhor. Apelamos aos mais novos para que se relacionem mais na vida do Sport já que só com esse envolvimento de todos é possível que o clube continue a crescer como todos desejamos”, sublinha Carlos Ferreira.