Esta edição de O DESPERTAR sai entre dois feriados nacionais e gostava que os leitores refletissem comigo na posição assumida pelo DR. PEDRO SANTANA LOPES em relação ao tema novo aeroporto. O antigo Primeiro Ministro e atual presidente do Município da Figueira da Foz foi muito claro, na semana passada, ao referir que a REGIÃO CENTRO e a REGIÃO DE COIMBRA têm de ter uma infraestrutura aeroportuária própria e que SANTARÉM não é solução pois está à mesma distância do Porto. Na realidade, depauperada a hipótese de Coimbra e região virem a ter um aeroporto em SOURE, segundo estudos efetuados a pedido do anterior executivo municipal de Coimbra, nós-próprios, tal como julgo ser posição da CIM Região de Coimbra, já admitimos, nestas páginas de O DESPERTAR, como MAL MENOR, que a construção do novo aeroporto fosse em Santarém em vez de ir para a margem sul. SANTANA LOPES deu uma espécie de “murro na mesa” e vem clarificar que, por aqui, digamos, pela área Coimbra-Figueira-Leiria precisamos de um aeroporto. Habituado a pensar em grande como muitos lisboetas, mesmo assumindo alguma utopia (ou talvez não), o presidente da edilidade figueirense acaba por nos convidar a pensarmos EM GRANDE. Porém, Coimbra tem-se sentido como envergonhada evitando pensar em grande como se isso fosse uma provocação, uma falta de bom senso e não é. Pensar em pequeno, nos mínimos, deu os resultados que temos à nossa frente: perdeu-se uma nova circular a ligar a A13, tiraram daqui, perante o silêncio pungente de muitos protagonistas, a LINHA FERROVIÁRIA DA LOUSÃ e nunca nos foi dado um METRO SOBRE CARRIS e estão a dar-nos, como migalhas, apenas um metrobus, um metro em autocarros com pneus. Perdemos o HOSPITAL DOS COVÕES a ser autónomo, como é ainda importante e necessário, perante o clamor de poucos; a Nova Maternidade será instalada numa área sobrelotada em vez de ter ido para São Martinho do Bispo. Acabaram com o Ramal Ferroviário da Pampilhosa, e até hoje, apesar de atuais estudos e projetos, ainda temos uma antiquada estação ferroviária de Coimbra-B e querem tirar-nos a ótima ligação ferroviária entre COIMBRA-A (baixa da cidade) e Coimbra-B. Imaginem retirarem do Porto as estações de São Bento ou da Trindade ou de Lisboa as estações de Santa Apolónia e do Rossio alegando que o Metro está ao lado. Nunca mais é concluída a VIA-RÁPIDA de TAVEIRO para servir a FIGUEIRA DA FOZ E COIMBRA pela margem esquerda ou, pelo menos, para entroncar no perspetivado Nó Rodoviário de Montemor e, entretanto, circula-se pelas estradas do Baixo Mondego depois de afunilar a via rápida em Arzila e há quantos anos? Coimbra e Figueira que deviam estar quase unidas estão afastadas ou seremos obrigados a desembolsar verba para viajar pela autoestrada fazendo-se ainda mais quilómetros. Lembro ainda como mágoa Coimbra ter perdido a sua Grande Feira Comercial e Industrial, a CIC, que se realizava na Praça Heróis do Ultramar. Quando foi reinaugurado, depois de ampliado e melhorado, o Estádio Municipal, sugerimos que devia chamar-se, como exercício de afirmação, Estádio Grande Coimbra e ficou com a redundante designação de Estádio Cidade de Coimbra. Ainda bem que não se enganaram e não lhe chamaram Estádio Vila ou Aldeia de Coimbra. SANTANA LOPES acabou por me ajudar a fazer luz e, ousadamente, subscrevo o seu ponto de vista: A REGIÃO DE COIMBRA (A REGIÃO CENTRO) PRECISA DE UMA INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA. Para o tecido empresarial, para o turismo, para o movimento universitário, para uma melhor internacionalização da nossa região incluindo Fátima muito forte no turismo religioso. SANTANA LOPES também aponta, de forma inequívoca, a utilização do AEROPORTO DE MONTE REAL neste caso a abrir igualmente à aviação civil. E este ponto de vista é muito importante pois tendo sido Primeiro Ministro SANTANA LOPES conhecerá dossiês e saberá não existirem impedimentos para fazer convergir o tráfego aéreo militar com o civil em MONTE REAL. Se assim fosse e não surgissem impedimentos, ficaria a bom preço termos em MONTE REAL um aeroporto para a nossa Região e para o país e ainda como alternativa ao Aeroporto da Portela em Lisboa. E reafirmo a expressão: “construído a BOM PREÇO”.
Gostava de ver os leitores e o nosso jornal O DESPERTAR como grande defensor dos interesses de Coimbra e sua Região, a acompanharem SANTANA LOPES neste seu desejo de TERMOS UM AEROPORTO NA REGIÃO CENTRO. MONTE REAL. É preciso pensar em grande e concretizar com rapidez.
FINAL DA TAÇA PODIA TER SIDO EM COIMBRA
Já se disputaram, se não estou em erro, seis finais da TAÇA DE POTUGAL fora do Estádio do Jamor em Lisboa. A taça é, no futebol, “a festa do povo”. Admito que a Federação Portuguesa de Futebol tenha orgulho em ter no JAMOR a Final da Taça, mas precisamos de ser realistas. É ACEITÁVEL que uma FINAL ENTRE DUAS EQUIPAS DO NORTE DO PAÍS (PORTO E BRAGA) seja disputada em Lisboa? É admissível levar talvez vinte mil adeptos ou mais do norte de Portugal para Lisboa quando a FINAL DA TAÇA podia ter sido em COIMBRA como já aconteceu quando estavam em co-presença equipas do Norte? Quem se apercebeu do movimento rodoviário de Lisboa, em regresso ao Norte, após a realização da Final da Taça de Portugal no passado domingo? “NÃO HAVIA NEXEXIDADE”. O povão teria tido menos estrada, gastaria menos e teria mais tempo para festejar. É preciso rever critérios. Bom feriado e bom Santo António já no próximo dia 13. E termino com alguma ousadia poética e popular a desejar a grandeza de Coimbra:
Sant´António és de Coimbra
És grande, sempre assim foste
Em grande a guitarra timbra
Por Coimbra, e dela se goste