… De resto, mandava sempre averiguar as situações aos Serviços competentes.
E não se percebe apenas pelas cartas se um determinado pedido foi satisfeito. Salazar, um homem indiscutivelmente honesto e inteligente (sic). Na opinião de muitos outros críticos, o seu rigor político, social e económico era comum e com um sentido espartano de vida pública e o desapego de bens e interesses materiais, o que corresponde, aliás, ao conforto da sua convicção: “Devo à Providência a graça de ser pobre”.
O conceito inflexível de “ditador” talvez seja assaz atroz, para quem repartiu o poder pelos membros do governo, e a quem se dirigia com toda a cortesia, ao ponto de alguns o definiram como “íntegro e impoluto, além de incorruptível como pessoa, desprendido de honrarias e dos bens materiais, no viver simples, modesto e espartano”, sem deixar de ser comiserador e não renegar o auxílio a quem lhe batia à porta.
Comparar aquele produto da suposta corrupção, com a política de exclusão e de pobreza dos regimes ditatoriais da Rússia, Coreia do Norte, Irão, Iraque, Venezuela, etc., e de que, a coberto dela, “os oligarcas” arrecadam milhões de milhões de euros, e com a corrupção que hoje singra entre nós, com um boom que chega a ser contabilizado em biliões, dificilmente recuperáveis devido, as mais das vezes, ao arrastar da justiça, com argumentos que não colhem na lógica dos cidadãos defraudados, agravada pela indolência ou interesse do Estado, em não promover a sua recuperação, ainda que através da acção direta, quando pertinente, para desgraça dos trabalhadores ativos, que suportam o custo desses crimes, e do desenvolvimento do país, vai uma grande distância..
A formulação teórico-prática dos termos de comparação dos ainda censores internos do consulado do ditador Salazar, com os dos atuais ditadores Putin, Erdogan, XI Jinping, Aiatolá Ali Khamenei, Kim Jong-Un, Hugo Chavez, etc., define-se pelos sentimentos revelados pelos comportamentos de cada um e permite elucidar aqueles que ainda permanecem no estado de iliteracia política.