22 de Abril de 2025 | Coimbra
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Revitalização do centro urbano vai dar mais vida à Freguesia de Ceira

16 de Julho 2021

O centro urbano de Ceira está a ser alvo de uma revitalização profunda. As construções do Parque Infantil e Geriátrico e da Praça Central são duas obras que o presidente da Junta, Fernando Santos, considera “estruturantes” para a Freguesia, ao conferirem uma “maior dignidade e dinamismo” a esta área central que, progressivamente, tem vindo a ganhar nova vida. A ampliação do cemitério, assim como a construção de uma praça e de uma Capela Mortuária nessa zona fazem também parte da lista dos vários projetos que o autarca, candidato assumido a um terceiro mandato, quer ver concretizados brevemente.

A construção da Praça Central, a criação de um Parque Infantil e Geriátrico e a ampliação do cemitério são três das obras que Fernando Santos considera “estruturantes” para a Freguesia de Ceira. O presidente da Junta adianta mesmo que a certeza da sua concretização foi fundamental para a recandidatura a um terceiro mandato nas próximas eleições autárquicas.

Quase a completar oito anos na presidência, depois de quatro na Assembleia de Freguesia, o autarca conhece bem este território – as suas potencialidades, as pessoas e, acima de tudo, as suas necessidades. Situada às “portas” de Coimbra, Ceira é “uma freguesia dinâmica e com qualidade de vida”, tendo vindo a ser realizadas intervenções diversas que têm deixado a freguesia mais atrativa e com melhores condições.

“Temos algumas obras importantes em andamento, que nos foram prometidas e que estão agora a ser realizadas. É minha intenção terminar o meu trabalho, acabar o que comecei e fechar este ciclo com a concretização destes projetos que são estruturantes para a freguesia e para os seus habitantes”, realça.

Destas obras, destaca principalmente três que se encontram já em curso, nomeadamente o Parque Infantil e Geriátrico, a Praça Central e a ampliação do cemitério de Ceira.

As duas primeiras estão já a decorrer no “coração” da vila – uma área onde se situam já muitos dos serviços, como Junta de Freguesia, Correios, Centro de Saúde, Creche, Jardim de Infância e Centro de Dia – e pretendem dar “uma nova urbanidade à freguesia, sendo já ansiadas há muitos anos pela população”, como recorda Fernando Santos.

O Parque Infantil e Geriátrico já arrancou, estando a decorrer as obras mesmo ao lado do edifício da Junta. Trata-se de um equipamento direcionado para todas as faixas etárias da população, mas sobretudo para as crianças e seniores.

Vai nascer numa área que, paulatinamente, tem vindo a ganhar “uma nova centralidade”, sendo também nessa zona que se realiza a Ceirarte, certame que, devido à pandemia, volta a ser adiado este ano. Para o presidente, este é “o local ideal para acolher este equipamento, já que é aí que se encontram as crianças e os idosos”.

O parque está a ser construído num espaço cedido à Junta pela Câmara Municipal de Coimbra, um lote urbano que estava destinado inicialmente a habitação. Fernando Santos congratula-se pela autarquia ter tido “essa sensibilidade de ceder o lote para este fim”, considerando que “faz muito mais sentido destinar esta área a equipamentos de lazer e que estejam ao usufruto da comunidade”.

Para além do novo parque, vai nascer também nesta área uma Praça Central, que vem também contribuir para a “tal urbanidade deste centro que tem melhorado bastante nos últimos anos com a construção da via central, da sede da Junta e do Centro de Saúde”.

Fernando Santos explica que a Praça Central vai “ficar muito bonita”, ao mesmo tempo que vem resolver “problemas que se arrastam há muitos anos na freguesia”, ao criar ruas mais largas, ao melhorar a circulação e ao criar também melhores condições de estacionamento. Inicialmente o projeto previa apenas a abertura de uma rua mas, fruto de conversações com o Município de Coimbra, foi possível avançar com “uma obra de outra dimensão, que vem revolucionar toda esta zona central de Ceira”, diz o autarca. Assim, para além da criação de uma via de acesso direto à Igreja e ao cemitério será criada uma Praça. O autarca de Ceira explica que, para que esta fosse possível, foram comprados terrenos, o projeto foi posto a concurso, aguardando-se agora pela apresentação das propostas. Se tudo correr como previsto, a obra arrancará já no próximo mês de agosto.

“Esta é uma obra de grande importância para a freguesia já que vem criar muito mais facilidades em termos de trânsito, estacionamento e, acima de tudo, de beleza aqui no centro de Ceira”, sublinha.

No seu entender, estas duas obras – o parque já em andamento e a Praça prestes a iniciar-se – vêm “revolucionar, para melhor, todo este centro urbano”.

Alargamento do cemitério quase concluído

Outro dos projetos determinantes para Ceira é o alargamento do cemitério, uma obra que se encontra já praticamente concluída. Esta intervenção, que representa um investimento de cerca de 160 mil euros, financiados pela Câmara no âmbito do contrato de delegação de competências assinado com a Junta, vai permitir um acréscimo de 144 campas no cemitério, repartidas por dois talhões.

Para a concretização desta ampliação, tinha sido adquirido, já há uns anos, um terreno mas houve agora a necessidade de comprar mais dois, de forma a “facilitar a construção da obra e a viabilizar outros projetos que temos idealizados para o local”, conta Fernando Santos.

O presidente de Ceira explica que o seu Executivo tem outras obras previstas para o cemitério. Assim, para além da ampliação em curso, vai ser também melhorada e aumentada a praça da entrada, de forma a “dar mais facilidade de movimentação” às pessoas e tendo também em vista a construção da desejada Capela Mortuária.

Atualmente os velórios são feitos numa capela que se situa no edifício da Igreja, “sem as necessárias condições e com um espaço insuficiente o que obriga a que, nos funerais, as pessoas tenham que ficar no exterior, ao sol ou à chuva”. É esta situação que Fernando Santos quer corrigir, com a construção de uma Capela Mortuária.

“Uma das minhas ambições é, no próximo mandato, fazer então essa praça em frente ao cemitério e construir ali uma Capela Mortuária digna. É um sítio muito bonito, que fica na encosta do rio e que vai proporcionar melhores condições a todos”, sublinha, dando ainda conta que foi retirado do cemitério o estaleiro da Junta, ficando esse espaço preparado para novos ossários e tendo sido criado outro local para o novo estaleiro.

Rede de transportes ainda com algumas lacunas

Outra das ambições que assume para os próximos quatro anos passa por resolver algumas lacunas que ainda existem em algumas localidades da freguesia a nível dos transportes. Fernando Santos admite que, na zona mais central, Ceira está muito bem servida, com a extensão da rede dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC). Está, também, consciente da mais valia que o Metrobus trará a Ceira, sendo também esta freguesia, mais precisamente a localidade de Sobral de Ceira, que vai acolher o parque das oficinas, o que trará “mais gente e dinamismo e contribuirá para dar um maior impulso à economia local”.

“Ceira, por via da construção do Metro e com o alargamento dos SMTUC também para Vendas do Ceira e Sobral e também depois para Anaguéis e Almalaguês, fica com uma das partes de transportes resolvida. Até diria que Ceira na sua grande parte, não ainda em toda, será uma das freguesias do concelho que melhor servida fica em termos de transportes públicos”, realça.

Há, contudo, como explica, zonas que continuam com muitas carências, como “Boiça, Tapada, S. Frutuoso e Cabouco que ainda só são servidas pela Transdev”, sublinha, acrescentando que “uma das ambições também para o próximo mandato é assegurar que essas zonas sejam servidas pelos autocarros dos SMTUC”. Espera que possa “haver essa abertura por parte da autarquia, de forma a transportar as pessoas dessas localidades até ao centro, onde podem vir tratar dos seus assuntos ou onde podem apanhar depois o Metrobus que as transportará para Coimbra”.

A Freguesia de Ceira dispõe, neste momento, de respostas que vão ao encontro das necessidades da população. Para além dos serviços já referidos, vai ter ainda uma média superfície, uma empresa que deverá abrir portas dentro de um mês, também nesta zona central da vila que ganha cada vez mais dinamismo.

“Estamos a aumentar a oferta de primeiras necessidades das pessoas. A nossa intenção é que encontrem em Ceira tudo aquilo que precisam, sem terem que fazer grandes deslocações. O habitante tem aqui tudo – farmácia, Correios, Junta de Freguesia, escolas, Centro de Saúde e vai ter também agora esta média superfície”, destaca.

Também nessa perspetiva de apostar numa “grande centralidade”, a Junta pretende aproximar a caixa Multibanco da sede da Junta. Para tal, prevê construir, num terreno muito próximo do edifício, um espaço para colocar o Multibanco mas também outros equipamentos que valorizem a zona, como bancos onde as pessoas possam descansar.

Lar é essencial para a população idosa da freguesia

A construção de um lar, um projeto que está a ser já desenvolvido pela Celium, que se encontra aprovado e que vai candidatar-se a fundos europeus, é outra obra prioritária para a freguesia. Fernando Santos destaca o “trabalho notável” que esta instituição desenvolve na área da infância e dos idosos, vindo este lar completar as valências de Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário.

Trata-se, como diz o presidente, de “um equipamento de grande qualidade, com um projeto muito interessante, que vai ser construído em Sobral de Ceira, num terreno que é já propriedade da Celium, num sítio também muito central, que fica a 100 metros da paragem do Metro, o que permitirá aos idosos e às famílias deslocarem-se facilmente”. Fernando Santos recorda que os tempos atuais exigem respostas destas, já que “temos uma população cada vez mais idosa, numa sociedade em que os filhos têm que trabalhar, sendo por isso determinante tanto para os idosos, procurando não desenraizá-los, como para as famílias, que ficam mais tranquilas tendo os seus idosos num espaço seguro”.

A nível da infância a freguesia está bem dotada, contando com creche, jardim de infância, escola básica e escola 2/3, respondendo assim às crianças desde que são bebés até completarem o 9.º ano.

Ceira é também, como realça o presidente, “muito rica” em termos de associativismo, com “grandes instituições e coletividades que fazem um trabalho notável”. Para além da Celium, destaque para o Centro Popular de Trabalhadores de Sobral de Ceira (em particular no atletismo, onde tem campeões nacionais), Rancho Folclórico (que, na sua longa história, tem levado a todo o mundo as tradições de Ceira), Conferência São Vicente de Paulo (com um trabalho muito importante na área social), Associação Recreativa e Musical de Ceira, Banda Filarmónica, Escola de Música, Casa do Povo, bem como outros centros recreativos e de lazer existentes nas várias localidades.

População unida e solidária

Algumas destas instituições têm feito um trabalho muito importante na área social. A pandemia trouxe novos casos de pobreza e agravou outros existentes, sendo muitos deles sinalizados por estas instituições ou por outras que integram a Comissão Social de Freguesia.

Fernando Santos destaca o trabalho que tem sido feito, como apoio a nível alimentar e outros bens essenciais, mas também outros, “como arranjo de habitações, pagamento de faturas de água, luz, gás, medicamentos e rendas de casa”. Lamenta que “não seja possível chegar a toda a gente” e admite que há na freguesia “alguma pobreza envergonhada, pessoas que sempre viveram bem e que neste momento se deparam com dificuldades”.

Considera, contudo, que “não há situações muito graves na freguesia” e enaltece a “entreajuda” que se verifica entre os habitantes. “Ceira é uma terra muito solidária, muito amiga de ajudar. Temos um associativismo rico, que promove o convívio e a confraternização e que permite que as pessoas se conheçam e se ajudem”, frisa, acrescentando que todos podem contar sempre com a Junta quando precisarem.

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Procura de habitação cresce na freguesia

A proximidade com Coimbra, as boas vias de acesso, a vinda do Metrobus, a tranquilidade e a qualidade de vida são alguns dos fatores que contribuem para que a procura de habitação em Ceira continue a crescer.

Com cerca de 4.000 habitantes, números que ainda não refletem os últimos censos, a freguesia carece de habitação nova para fazer face à procura. Apesar de se assistir agora à construção de alguns lotes novos, esta não é uma ambição fácil, como assume o presidente, tendo em conta a orologia e tipologia do terreno, com “um relevo muito complicado que não facilita a construção”.

“Ceira é uma freguesia em desenvolvimento. Poderia estar muito mais se conseguíssemos ter resposta para a enorme procura que tem havido a nível da habitação. Tudo o que aparece em Ceira para vender, mesmo casas com muitos anos para reconstruir, sai rapidamente do mercado. As casas velhas estão a ser adquiridas e reabilitadas, tanto por habitantes locais como por casais que vêm de fora”, explica.

Para Fernando Santos, não há “qualquer dúvida que, nos últimos oito anos, Ceira melhorou substancialmente em termos de acessos, de transportes, de condições de vida”, sendo uma freguesia com “muita qualidade e onde é bom morar”.

Mas, saindo um pouco do centro, lembra também que há ainda um longo caminho a percorrer nas localidades mais afastadas e que é preciso “olhar para essas zonas com uma atenção especial”, de forma a criar condições para fixar as pessoas e revitalizar as localidades mais envelhecidas.

Habitação social pode ajudar a rejuvenescer localidades

Com nove localidades – Sobral, Vendas de Ceira, Tapada, Lagoas, Carvalho, S. Frutuoso, Cabouco e Boiça –, Ceira é uma freguesia com um vasto território. Fernando Santos realça que a Junta tem procurado intervir em todas elas, com obras que assegurem a qualidade de vida dos seus moradores.

Lembra que as localidades mais centrais – Ceira, Sobral e Vendas do Ceira – estão muito bem mas admite que há intervenções que urge fazer nas mais afastadas, como “melhoria de transportes, requalificação de estradas, alargamento de ruas e passeios, drenagem de águas, construção de muros de suporte”, entre outras intervenções.

Considera, também, que é fundamental intervir na habitação, promovendo a reabilitação das casas antigas, seja pelos seus proprietários ou passando pela sua venda para reabilitação para novos moradores. Entende que, nalguns casos, a opção pode passar mesmo por deitar abaixo algumas casas que estão em risco de cair, aproveitando o espaço para criar novos estacionamentos.

“Há localidades, como em S. Frutuoso e Cabouco, em que temos um amontoado de casas, ruas muito estreitas, onde as pessoas se deslocam com dificuldades e onde há grandes problemas para estacionar”, destaca.

Fernando Santos explica que “nestas localidades há muitas casas que vão ficando vazias, vão-se degradando”, daí que um dos grandes objetivos da Junta passa por, “de alguma forma, adquirir essas casas que as famílias já não querem porque saíram daqui e transformá-las em espaço de estacionamento ou reabilitá-las para projetos sociais, por exemplo”.

Essa seria uma forma de apoiar famílias que se deparem com maiores necessidades e, por outro lado, de revitalizar as aldeias. O presidente admite mesmo a possibilidade de destinar algumas dessas habitações sociais a famílias do concelho, através do pagamento de rendas acessíveis, “chamando assim pessoas para estas localidades que, infelizmente, vão ficando cada vez mais vazias”.

“Com a ajuda da Câmara, penso que poderíamos dar um passo muito importante nesse sentido. Investindo na área social, apoiando quem precise e, simultaneamente, recuperando património que está a ficar cada vez mais danificado. Já que não temos essa facilidade de sermos uma freguesia que chame muito urbanismo novo, pelas condições difíceis a nível da construção, então vamos recuperar o que há, embelezar as aldeias, trazer mais gente e dar resposta a essa procura enorme de habitação que existe em Ceira”, desafia.

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Freguesia vai homenagear viveiristas e lavadeiras

Orgulhosa das suas tradições e das suas gentes, Ceira quer homenagear e eternizar duas das atividades que tanto marcam esta freguesia – os viveiristas e as lavadeiras do Mondego.

O presidente da Junta explica que a estátua de homenagem ao viveirista já está pronta, aguardando para ser inaugurada na próxima Ceirarte. Devido à pandemia, este evento foi cancelado em 2020 e 2021, esperando-se que possa ser retomado no próximo ano. Fernando Santos recorda que no ano passado “estava tudo preparado para que a Ceirarte fosse a maior de sempre”, estando prevista para essa altura a inauguração da estátua do viveirista. Estes condicionalismos adiaram tudo e, com a construção da Praça Central, esta estátua vai ser depois inaugurada já no espaço requalificado, embelezando e homenageando esta atividade com tanta tradição num dos espaços mais centrais da freguesia.

A Junta quer perpetuar também a memória das lavadeiras de Ceira com um monumento, a colocar em espaço ainda a definir, que recorda esta atividade que tanta tradição teve na freguesia, evocando os tempos em que “as lavadeiras iam para o rio lavar as roupas das senhoras de Coimbra”.

Rio cheio de potencialidades por explorar

Esta tradição evoca também uma época em que o rio era um palco de movimento e de vida. Fernando Santos lamenta que hoje se encontre “tão abandonado por aqueles que deveriam cuidar dele”.

“Antigamente havia os guarda-rios, que andavam sempre por aí e que ‘obrigavam’ os proprietários a cuidarem das margens. Mas, nesses tempos, as pessoas também cuidavam mais das terras. Hoje, além de não haver essa fiscalização, já não se faz essa agricultura que se fazia antes. É uma pena que o rio esteja tão abandonado, quando tem tanto potencial para poder ser explorado”, realça, assumindo “o rio e a sua limpeza” como uma das suas preocupações”.

Outra das ambições assumidas para os próximos anos prende-se com a extensão da ciclovia, que vem também desde Pampilhosa da Serra e que deve abranger alguns quilómetros das margens do rio Ceira, contribuindo assim “para a sua valorização e proteção”.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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