Por que insisto neste tema
De em Dezembro haver mais vida?
Por que escrevo tal poema,
Se não tenho outra saída?
Por que creio num trenó
Que é puxado por condão?
Por que sinto estar tão só
Nesta nívea escuridão?
Por que faço tanto esforço
Em sorrir e dar um beijo?
Por que as asas no meu dorso
Já se cansam de um festejo?
Por que invento uma lareira
P’ra queimar no lume o mal?
Por que escrevo a vida inteira,
Se, no fim, rasgo o Natal?