O desenvolvimento dos polos empresariais do concelho de Vila Nova de Poiares continua a ser um dos maiores desafios da Câmara Municipal. O presidente do Executivo, João Miguel Henriques (que tomou recentemente posse para mais quatro anos), assume que, apesar da aposta feita nesta área, a resposta continua a ser ainda insuficiente, não correspondendo à procura.
“Há muitos empresários interessados em fixarem as suas empresas em Vila Nova de Poiares. Verificamos que continua a haver muita procura, praticamente todas as semanas sou contactado por novos empresários que querem investir no concelho mas, lamentavelmente, neste momento, não há mais espaço disponível”, explica o autarca.
João Miguel Henriques recorda que “o Polo I há muito tempo que está completamente preenchido, com todos os lotes a serem utilizados, sendo já propriedade das entidades empresariais e não do Município”.
Foi precisamente esse facto de estar lotado e a urgência em aumentar a capacidade de resposta nesta área, que levou o Executivo a “avançar com a construção do Polo II na Zona Industrial”. Para João Miguel Henriques, este novo Polo é fundamental para “responder aos novos investidores”, assim como vem também criar “condições de confiança e estabilidade para que o setor económico se desenvolva”, seja através da instalação de novas empresas ou da expansão de outras que já se encontrem a laborar no concelho.
De acordo com o presidente de Vila Nova de Poiares, “a obra está, neste momento, em fase de conclusão” e, “embora não estejam ainda todos concluídos, a verdade é que todos os lotes criados já estão vendidos” e irão permitir a instalação de mais algumas dezenas de empresas no concelho.
Este é um facto “muito positivo” para o concelho, já que demonstra a forte atratividade que tem em termos de empresas, mas que exige também novas respostas do Executivo. João Miguel Henriques assume, por isso, que “a expansão do Polo II é uma das prioridades” da sua equipa.
“Vila Nova de Poiares é um concelho empreendedor, empregador, com grande capacidade a nível empresarial. Queremos manter essas nossas características garantindo capacidade para receber todos aqueles que procuram este concelho para investir”, sublinha o autarca.
Concelho fortemente empregador
Para além da forte atração a nível de empresas, Vila Nova de Poiares é também um concelho “claramente empregador”. O presidente da Câmara explica que o recrutamento feito no Município é insuficiente, o que leva as empresas a recrutarem muita mão de obra nos concelhos vizinhos.
“Neste momento estaremos perto de uma situação de pleno emprego e empregamos dentro dos concelhos limítrofes”, frisa. Diz que “apesar de ser um concelho bastante pequeno em termos de área beneficia da grande proximidade com as sedes dos municípios vizinhos e do fácil e rápido acesso”.
São essas condições que, no seu entender, garantem essa “capacidade de recrutamento nos concelhos vizinhos”, assegurando assim a resposta às empresas nesta área e permitindo o volume de negócio que as empresas de Vila Nova de Poiares têm registado. “Apenas com a mão de obra de Vila Nova de Poiares não conseguíamos preencher as necessidades do tecido empresarial local”, admite, lamentando que continuem a existir setores onde “a mão de obra não seja suficiente para as necessidades”.
João Miguel Henriques congratula-se, no entanto, com a forma como as empresas souberam, das mais variadas formas, resistir aos tempos difíceis provocados pela pandemia. “Segundo as indicações que tenho, as empresas já recuperaram a sua plena atividade e estão a laborar normalmente e, em termos de mercado, estão a ter boa capacidade de escoamento da produção. Por outro lado, sei que estão também a recrutar trabalhadores”, realça.
Habitação precisa-se
Mais empresas e mais emprego são determinantes para o desenvolvimento do concelho. João Miguel Henriques diz que são fundamentais para o dinamismo da economia e para a maior atratividade do território. Há, todavia, uma área que também precisa de crescer – o da habitação. “Neste momento, infelizmente, não temos habitação suficiente”, admite, realçando contudo que o Município tem vindo a criar novas medidas e incentivos ao investimento nesta área.
Lamenta que o concelho não tenha “capacidade de resposta ao nível habitacional para todas as necessidades, o que faz com que muitos jovens acabem por sair do concelho”.
“Vila Nova de Poiares tem uma grande capacidade de atração de novos trabalhadores. Ao escolherem Poiares para trabalhar é natural que as pessoas acabem também por preferir aqui residir mas o parque habitacional não tem acompanhado o ritmo de desenvolvimento do parque empresarial e temos alguma incapacidade de dar resposta nessa matéria, nomeadamente no mercado do arrendamento”, assume.
Há, contudo, passos importantes que estão a ser dados nessa área. A autarquia definiu e aprovou recentemente a Estratégia Local de Habitação e vai procurar beneficiar, da melhor forma, das “novas oportunidades de investimento do Plano de Recuperação e Resiliência, que tem uma verba bastante significativa para investir nesse setor”. Espera, com tudo isso, “conseguir melhorar a resposta no parque habitacional, nomeadamente criando novos espaços de habitação social e também de habitação a custos controlados”, de forma a que os jovens casais tenham condições para se instalarem no concelho.
“Essa é uma das nossas principais preocupações e principais prioridades para este novo mandato. Não podemos esquecer que o concelho tem, neste momento, características muito atrativas e há que criar condições para que o mercado habitacional corresponda a essa expectativa e a essa tendência de desenvolvimento que Vila Nova de Poiares tem registado nos últimos tempos”, termina.