Promover o envelhecimento ativo e saudável é o grande objetivo da “Oficina dos Avós”, projeto social que está já a funcionar na sede da Junta de S. Bartolomeu, um espaço que a União de Freguesias de Coimbra (UFC) tem vindo a transformar no seu “ponto social”.
Promovido em parceria com a Associação das Cozinhas Económicas Rainha Santa Isabel (ACERSI), este projeto, um dos vencedores dos Prémios BPI “La caixa”- Seniores 2019, surge no âmbito do trabalho desenvolvido pela instituição, no Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário, ao mesmo tempo que pretende contribuir para revitalização da Baixa.
O presidente da UF, João Francisco Campos, enaltece a importância que estas parcerias têm para a comunidade, “um trabalho em rede” que, neste caso, vem responder a uma preocupação que faz parte do dia a dia do executivo e que se prende com o envelhecimento ativo e com o combate ao isolamento e solidão.
Teresa Sousa, coordenadora do projeto, explica que a ideia “é proporcionar aos utentes da ACERSI e a toda a comunidade o acesso livre a atividades que promovam o bem estar e o envelhecimento ativo”.
Apesar da instituição ter 55 utentes nestas valências, nem todos querem ou reúnem condições para participar neste projeto. De acordo com Teresa Sousa, a estes podem juntar-se todas as “pessoas idosas interessadas que residam na União de Freguesias de Coimbra”, uma área onde “há muitas pessoas que vivem sozinhas, isoladas, com poucos recursos financeiros e com péssimas condições de saúde e habitabilidade”. Nestes casos, a frequência das atividades é gratuita para quem tiver carência económica comprovada e nos restantes haverá um preço simbólico. Ao programa associam-se ainda jovens universitários, no âmbito da atividade intergeracional “Avós & Companhia”, em que os jovens se deslocam a casa dos idosos ou ao Centro de Dia, já que algumas habitações não reúnem condições condignas, para lhes fazerem companhia.
A “Oficina dos Avós” disponibiliza várias atividades ocupacionais e de aprendizagem. Para já, está a funcionar o ateliê TIC – aulas de informática e internet, com duas turmas semanais (uma às terças e quintas das 15h00 às 17h00 e outra às quartas e sextas, no mesmo horário); o ateliê “Linhas & Agulhas” – costura, costura criativa e reciclagem (às sextas, das 14h00 às 16h00 e das 16h00 às 18h00) e Yoga na Oficina (sextas das 11h00 às 12h00). Pontualmente, irão realizar-se também sessões de informação para a saúde.
“Pretende-se que seja um espaço diferenciador pela sua localização e por suprir necessidades de pessoas de mais idade com grande vulnerabilidade biopsicossocial, económica e em situação extrema de isolamento social”, explica Teresa Sousa, realçando ainda que este projeto é alargado a ex-funcionários reformados, sócios e todas as pessoas que manifestem interesse em participar, sendo esta uma forma de assegurar a sua “sustentabilidade futura”.
Todas as atividades serão acompanhadas por técnicos e voluntários e os promotores esperam que esta Oficina seja “um espaço dinâmico, inter-relacional, intergeracional e de aprendizagem, onde as pessoas idosas se sintam acolhidas e os sentimentos de solidão se minimizem”.
De referir que a Associação das Cozinhas Económicas Rainha Santa Isabel apoia cidadãos nacionais e estrangeiros que se encontram em situação de grande vulnerabilidade económica e biopsicossocial, dispondo de um Refeitório Social, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário.
Para que o projeto possa funcionar, a delegação de S. Bartolomeu conta com uma sala de informática e de costura. João Francisco Campos recorda que, nas mesmas instalações, funciona também, há mais de um ano, a Loja Social. A pensar na população sénior, a UF promove ainda aulas de hidroginástica e ginástica, estando aberta a todas as atividades e propostas que possam contribuir para o envelhecimento ativo, saudável e mais feliz. Nos seus projetos está também a criação de uma mercearia e uma lavandaria sociais.