Com o aproximar do fim do ciclo do atual reitorado, a antiquíssima e prestigiada Universidade de Coimbra começa a agitar-se no seu maravilhoso, desconhecido e profundo interior. O mais relevante organismo da região, feito de conhecimentos e saberes, de professores, alunos e funcionários, de afetos e ambições – desperta para a realidade da sucessão governativa.

Sendo certa a saída do atual reitor e com ele parte substancial da sua equipa, ficámos a conhecer esta semana o primeiro candidato, oriundo das Letras, Prof. Dr. Pedro Paiva. Não será, certamente, o único, mas fica para a história como o primeiro a afirmar publicamente a intenção e a assumir o desafio, desejo e ambição.

Creio, no entanto, que outros fortes candidatos estão ainda por sair do casulo e dar o ar da sua universitária graça, assumindo o papel de credíveis alternativas. Será apenas uma questão de tempo e oxalá tenhamos um bom par de candidatos e candidatas à reitoria – sintoma da saúde democrática da instituição.

O jogo vai apenas na partida, faltando conhecer a disposição das lagartas e alcance das respetivas fugidas. Quando o jogo estiver na rua e à vista de todos teremos ocasião de constatar quem tem fôlego de lebre sem se deixar ultrapassar pela tartaruga.

Até lá resta-me formular um voto especial: que os candidatos venham à corrida pelo projeto comum, em defesa da secular instituição, da cidade e da região em que se inserem, e pela comunidade vasta de discentes e docentes que desejam representar – e não movidos por projetos individuais e de carreira como em demasia sucede neste país, com notório prejuízo das instituições que se adiam e arrastam ao sabor dos humores de quem as dirige.