O nenúfar-amarelo do Baixo Mondego ganhou, recentemente, uma nova proteção, com a colocação de uma barreira de proteção à volta de um dos poucos exemplares do Vale do Mondego, no Poço da Cal, em Montemor-o-Velho, que serve para o defender de outras invasoras aquáticas. O presidente da Câmara, Emílio Torrão, congratulou-se “pela criação de uma espécie de ilha de proteção do nenúfar-amarelo do Baixo Mondego”, sendo “a primeira iniciativa ao nível do país a utilizar barreiras flutuantes contra as espécies invasoras”. Esta intervenção está integrada no projeto FloraReply, financiado pelo Fundo Ambiental, sendo dinamizado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, com a parceira da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
Jael Palhas, investigador do Centro de Ecologia Funcional do Polo da ESAC, recorda que esta planta que “era comum no Baixo Mondego todo” tem vindo a desaparecer, estando no Poço da Cal “o último indivíduo desta espécie em todo o Vale do Mondego”. Realça que o esforço para que o nenúfar-amarelo não desapareça do Baixo Mondego já se traduziu, “este ano, com a replantação no Choupal, no paul de Arzila, no paul do Taipal, e com a propagação para tanques de cultivo na ESAC, nos jardins botânicos de Coimbra e do Porto”. A barreira flutuante agora colocada vai proteger a planta ameaçada mas também, como explicou Jael Palhas, “possibilitar, simultaneamente, a entrada de luz na água, sendo um respiradouro no rio que vai permitir também a sobrevivência de outras espécies que dependem da entrada de luz na água”.