O nosso ” O Despertar” completa mais um ano de existência. A longa caminhada iniciada em 1917 cá vai continuando sempre desejosa de satisfazer com verdade os seus leitores.
Num mundo cada dia mais conturbado onde as catástrofes provocadas pela natureza acompanham a fúria e ganância humana num desejo desmedido de domínio pelas armas, onde a doença dá luta sem quartel aos progressos da ciência, onde os trabalhadores lutam com todos os meios disponíveis na defesa dos seus interesses, onde dentro do nosso País se assiste diariamente a fraudes , a maioria de natureza económica, praticados pela classe política que atraiçoa por conveniência própria os mais sãos princípios de honestidade e dignidade, o nosso velhinho jornal continua apenas e somente desejoso de servir.
Servir aqueles que encontram nas suas páginas as notícias mais regionais, as opiniões mais diversas, num esquema democrático que por outros vemos atraiçoado a toda a hora.
É evidente que as modificações são necessárias, é indispensável adaptarmo-nos à senda do progresso. Mas sempre dentro dos mais sãos princípios da verdade. Essa verdade que a todo o momento vemos atraiçoada através dos modernos meios de comunicação que nos entram em casa mal pedindo licença para o fazer e nos fustigam com repetições constantes de notícias deturpadas.
Sinto um misto de saudade e orgulho em poder continuar, não com a regularidade desejada, mas possível, a estar aqui presente. Para afirmar que o nosso jornal continuará fiel aos seus princípios seculares, a lutar pela verdade, pela justiça, pela nossa região que tão maltratada tem sido nos últimos anos.
Finalmente uma palavra de saudosa recordação para a família Sousa. O Sr, António, os filhos Lúcia, Ângela, Artur, Armando, António. Para o neto Fausto Correia. Que tanta falta fez a Coimbra e a Portugal.
Amigos sinceros daquela amizade que nunca foi apregoada, como tantos hoje fazem, mas partilhada com verdadeira devoção.