O nosso jornal tem vindo, de acordo com os princípios que o norteiam, a dar voz a muitos presidentes de junta de freguesia. É a oportunidade para cada qual, com a liberdade democrática que se deseja, expor os seus pontos de vista acerca dos assuntos mais relevantes nas suas áreas de jurisdição.
No último número foi a vez de se manifestar o presidente da Junta de Freguesia de Ceira. É uma área que me diz respeito mais de perto, como é evidente pelo título destas rubricas cujo título foi sugerido pelo sempre saudoso Dr. Fausto Correia.
A entrevista a que me refiro tem um carácter realista, já que todas as iniciativas que anuncia são, desde há muito tempo, desejadas pelas gentes desta terra. Da sua boa vontade, do seu desejo e da sua equipa de fazer o melhor, não se me oferece a mais pequena dúvida. Bem pelo contrário.
Mas da possibilidade de um autarca de freguesia poder produzir todo o trabalho que deseja vai um passo bastante largo.
Dois assuntos a que fiz referência desde há tempos e que agora se anunciam concretizar. O alargamento do cemitério e a construção do parque infantil. Ainda bem. Mas quando os comentei servi-me da informação recebida de pessoa idónea que me merecia e merece plena confiança que lamentava igualmente as razões que estavam na origem da paragem dos projetos.
Ceira, como acentua, é uma freguesia de vasta área com nove lugares distintos. Mas a população é toda uma e todos os habitantes merecem ver satisfeitas as suas mais legítimas ambições. Ainda bem que este espírito nos é comum. Oxalá o fosse também daqueles em quem, em última instância, cabe decidir. O que não acontecia quando no princípio deste século fiz parte do elenco autárquico local.
Os enormes problemas com que Ceira se debatia só foram resolvidos a partir de 2002 quando por parte da Câmara Municipal de Coimbra se fizeram em Ceira, entre outras a rua que permitiu o descongestionamento do trânsito da Estrada da Beira acabando com um problema que se arrastava há dezenas de anos. A construção de raiz do edifício onde se encontra a sede da Junta de Freguesia, a Extensão de Saúde e os serviços dos Correios, a inauguração da nova ponte da Boiça (já construída mas cuja abertura estava dependente de assuntos de pormenor), a reconstrução plena da ponte da Longra. A construção da sede e polidesportivo do CPT do Sobral de Ceira, cujo projeto tinha sido já aprovado mas cuja construção mal fora iniciada por falta de comparticipações. As melhorias feitas em diferentes lugares e centros recreativos.
Foi o tão anunciado abrir da porta para todas as obras que se seguiram e que agora se realizam.
Também me associo ao otimismo manifestado pelo Presidente da Junta. A situação atual é problemática, mas não pode perder-se o ânimo fazendo desta vida uma luta permanente em favor duma população que bem merece.