Recentemente, pessoa que muito estimo, respondia a um comentário meu desta forma: “A amizade não se agradece, partilha-se”.
Tal resposta, para quem leva uma vida longa repleta de altos e baixos, fez-me recordar situações vividas.
Na verdade a amizade, como eu a entendo é afeição, simpatia, dedicação. Mas é também sinceridade, lealdade, presença nos bons e maus momentos daqueles de quem sou amigo, quer essa presença se manifeste física quer moralmente.
Quantas vezes a amizade apregoada por alguns mais não é do que hipocrisia, interesse pessoal em ver satisfeitas certas ambições pessoais, ou na manifestação de evidência de méritos que querem apregoar antes que sejam os outros a reconhecê-los.
Quantas vezes não somos surpreendidos por mudanças bruscas de atitude por parte daqueles em quem confiámos e que nos surpreenderam com a arrogância e descaramento das suas atitudes, sem para tal termos dado motivo.
São desilusões que advém, algumas, do facto de termos confiado no próprio interesse deles, qualquer confidência que divulgaram ao dobrar da primeira esquina.
São maneiras de estar na vida, reprováveis no meu ponto de vista com as quais, felizmente poucas vezes, tenho sido confrontado. Mas nunca me senti ofendido.
É um simples desabafo. “Não me ofende quem quer. Só me ofende quem eu quero”.
Contudo, muito mais do que essas são as provas de grande carinho, de enorme simpatia, de profunda dedicação que tantos e tantas me têm dado , numa vida partilhada com todo o pouco que eu tinha e tenho para retribuir…
Para todos esses, para quem a palavra amizade é a expressão do sentimento profundo que nos invade a alma numa reciprocidade inteiramente sincera registo o meu mais profundo agradecimento.
Aqui sim, minha boa amiga, a amizade agradece-se e grato lhe fico igualmente por me ter proporcionado a ocasião de manifestar estas minhas opiniões discutíveis, como sempre, mas fruto de uma vida que me não tem poupado a bons e maus momentos e na qual vou vivendo o melhor que posso e sei.