O Ministro das Infraestruturas esteve em Coimbra e em Serpins a dar conta do lançamento do METRO EM AUTOCARRO na LINHA FERROVIÁRIA DA LOUSÃ. Na ocasião terá pedido desculpas à população pelo que aconteceu: E FOI UM DRAMA DE DEZ ANOS. Pararam os comboios, arrancaram os carris e nada de Metro. Pior do que isso ou tão mau como isso foi o facto de o METRO MONDEGO SOBRE CARRIS ter sido substituído por um “METROPNEU”. Não é a mesma coisa, nem para a Lousã, Miranda, Ceira e Coimbra. Não é a mesma coisa para aqueles que há algumas décadas viajavam sem sair da mesma carruagem da CP da Lousã para Lisboa, de Miranda para a Beira Alta ou para o Porto, nem é dada a mesma resposta a quem durante anos utilizou comboios de mercadorias para o transporte pesado entre estas vilas e, por exemplo, o porto da Figueira da Foz.
Não, Senhor Ministro, não é a mesma coisa. O Senhor Ministro é uma
pessoa simpática e com competências científicas nesta área. O Senhor
Ministro sabe bem que “isto” foi um remendo; o Senhor Ministro sabe
muito bem que a ferrovia é que devia ter sido mantida e sabe muito bem
que faltou o dinheiro para o METRO SOBRE CARRIS e que a população
sentiu-se “ludibriada”. O Senhor Ministro sabe bem que durante estes
DEZ ANOS houve dinheiro para aumentar linhas e estações do Metro Sobre
Carris em Lisboa e no Porto e sabe muitíssimo bem que começaram a
amputar há anos a ligação da Linha da Lousã às linhas do Norte e da
Beira-Alta porque o comboio passava dentro da cidade. Então,
pessoalmente, também aceitei que apenas houvesse ligações entre o
Apeadeiro do Parque e Coimbra A e Coimbra B durante a noite, mas
construídas novas pontes em Coimbra e, provavelmente com a Ponte de
Santa Clara a ser um dia destes apenas pedonal, era tempo de recuperar
todo o tipo de circulações ferroviárias completas entre Serpins e Coimbra B.
Tal ato serviria o interesse de empresários do INTERIOR,
aquele INTERIOR do qual muitos falam em sua defesa, mas são poucos os
que concretizam atos para o seu progresso. E esta foi mais uma ação
que prejudicou o interior. NÃO, SENHOR MINISTRO, creio ter que lhe
dizer que a população na sua maioria não aceita o seu pedido de
desculpas, tenha paciência. Esta população tem sido mártir. Vemos
crescer Lisboa e Porto e, por aqui, reduzem-nos a meros… metros em
pneu. Isto dói. Isto não se desculpa.
Sim à autonomia dos Covões e mudar-lhe o nome para Hospital Bissaya Barreto
Se não fossem os prodigiosos CUIDADOS INTENSIVOS CORONÁRIOS DOS COVÕES talvez não estivesse a escrever estas linhas. Eminentes Profissionais de Saúde fizeram ESCOLA nos COVÕES e, como utente, o que mais me admirou sempre foi, além dessa cientificidade publicitada e confirmada internacionalmente, o humanismo presente no trato dos doentes. Tem havido nos Covões uma marca perene do vanguardismo de BISSAYA BARRETO, da classe de gestão hospitalar de VIRIATO NAMORA e uma lista imensa de nomes de médicos prestigiadíssimos que não ouso indicar porque as paredes dos COVÕES, das mais antigas às renovadas e alindadas, guardam com recolhida honra todos esses nomes, das enfermarias aos laboratórios e salas de operações. Do muito que já se escreveu sobre a necessidade urgente de os COVÕES voltarem a ter ampla autonomia numa CIDADE COMO COIMBRA (Cidade da Saúde – Uma Cidade Dois Hospitais), venho hoje apresentar uma proposta “bebendo” no que Coimbra fez em 1931: homenageou um grande vulto da República, António José de Almeida. O seu nome foi dado à então Rua de Montes Claros. Aproxima-se a comemoração da Implantação da República e, por isso, fui ler o que escreveu Jorge Pais de Sousa em “BISSAYA BARRETO Ordem e Progresso” cuja leitura recomendo. Uma comissão organizadora lançou a ideia de pôr o nome do excelso republicano na toponímia; houve uma petição de conimbricenses e esta foi depois formulada ao município “pelos srs Drs. Bissaya Barreto, Ângelo da Fonseca, João Duarte de Oliveira e António Augusto Gonçalves”. Julgo que está na hora de balanceados por
esta petição republicana que pode servir de exemplo, apresentarmos ao
Governo uma proposta para a total autonomia dos Covões e que a este
Hospital Central seja dado o nome de BISSAYA BARRETO. É apenas uma
sugestão, mas haverá milhares a apoiá-la embora o mais importante de
imediato seja autonomizar os Covões. Li que CARLOS CORTES, dinâmico
Presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos, aquando da recente
manifestação em defesa da gestão autónoma dos Covões enviou, com
oportuna ironia, “cumprimentos aos ”irresponsáveis” que nestes últimos
anos andaram a destruir” os Covões
Senhora MINISTRA MARTA TEMIDO, o que a faz esperar para autonomizar os Covões? Precisamos de ouvir a sua voz.