16 de Janeiro de 2025 | Coimbra
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Nabada de Semide é candidata às “7 Maravilhas Doces à Mesa”

22 de Março 2019

A Nabada de Semide, um dos poucos doces conventuais portugueses que não leva ovos, é uma das candidatas ao concurso “7 Maravilhas Doces à Mesa”. Criado pelas monjas do Mosteiro de Santa Maria de Semide, este doce foi recuperado e registado pelo restaurante Museu da Chanfana, em Miranda do Corvo, que o reintegrou assim na gastronomia regional.

“A Nabada de Semide transformou-se num mito da gastronomia. Um doce frequentemente referido na literatura sobre gastronomia tradicional e conventual, mas que deixou de figurar nas mesas das famílias, nunca tendo sido incluído nos menus dos restaurantes. O restaurante Museu da Chanfana decidiu transformar a Nabada, mito da cozinha antiga, feito à base de nabos, açúcar e amêndoas, em doce realidade que se pode degustar sempre que se deseje”, realça a Fundação ADFP em nota divulgada.

A instituição de Miranda do Corvo recorda que “a ideia de redescobrir este doce conventual, que entrou em desuso, surgiu quando José Quitério, crítico gastronómico de renome no semanário Expresso, escreveu sobre o restaurante Museu da Chanfana em janeiro de 2011”, tendo referido então que “era uma pena não se honrar a Nabada em nenhum restaurante”. Após aturada pesquisa e muitas horas de testes e experiências, o “chef” Vítor Fernandes conseguiu “apurar” uma Nabada de Semide, com sabor contemporâneo. Recriou, assim, esta Nabada que assenta na “memória da receita tradicional, com ajustes em termos de ingredientes e confeção que continuam segredo do restaurante Museu da Chanfana, que tanto a confeciona com amêndoas ou nozes”, apostando na valorização dos produtos endógenos.

Para além de poder ser saboreada como um doce, a Nabada também pode ser usada para barrar pão, como acompanhamento de queijo fresco ou curado e até servir para recheio de tartes. Este doce está disponível no restaurante, situado no Parque Biológico da Serra da Lousã, diariamente, das 12h30 às 15h00 e das 19h30 às 22h00, mediante reserva.

De acordo com os registos existentes, este doce foi criado pelas freiras do convento beneditino de Santa Maria de Semide, que o habitaram de 1183 a 1896. Confecionado com nabos, açúcar e amêndoas, o doce tem ainda nas suas receitas mais antigas referências ao uso de almíscar, pau de canela, flor de laranjeira e água de rosas.

Recorde-se que o concurso “7 Maravilhas Doces de Portugal” pretende eleger os melhores doces do país, nas seguintes categorias: Doces de Território, Bolo de Pastelaria, Doce de Colher e Doce à Fatia, Biscoitos e Bolos Secos, Doces Festivos, Doces de Fruta e Mel e Doces de Inovação.

As candidaturas, podendo cada uma incluir sete doces, encerraram no domingo. As eliminatórias vão realizar-se em julho e agosto, durante os 20 programas transmitidos em direto pela RTP. Os 28 pré-finalistas são divididos por sorteio pelas duas semifinais, nos dias 24 e 31 de agosto, e a Gala Finalíssima está marcada para 7 de setembro. Dos 14 finalistas apurados vão ser eleitos sete doces pelos portugueses como “7 Maravilhas de Portugal”.

907 doces inscritos nas “7 Maravilhas”

O concurso “7 Maravilhas Doces de Portugal” contam com 907 doces inscritos, o melhor resultado de sempre na história deste evento, que vai já na oitava edição.

As inscrições encerraram à meia noite de domingo e contam com 907 candidatos nas sete categorias. Luís Segadães, presidente do concurso, realça que as candidaturas foram entrando “até ao último minuto”, numa “mobilização sem precedentes numa eleição 7 Maravilhas”. No seu entender, a forte adesão permite “ter uma representatividade e diversidade extraordinárias de toda a doçaria portuguesa”, ao mesmo tempo que demonstra que “todo o país vive intensamente os nossos doces”.

Das 907 candidaturas apresentadas, a categoria de “Doces de Território” é a que conta com mais inscrições, num total de 246 candidaturas. Seguida pela categoria de “Doces de Inovação”, com 175 doces candidatos, em linha com a filosofia do concurso, que pretende por um lado valorizar a doçaria tradicional e por outro lado apostar na inovação, incentivando o empreendedorismo local.

A categoria de “Doce de Colher e Doce de Fatia” contou com 126 inscrições, seguindo-se os “Doces de Pastelaria” com 107 candidaturas. Os “Doces Festivos” têm 101 candidatos e os “Biscoitos e Bolos Secos” contam com 91 propostas.

Lisboa é o distrito com mais candidaturas apresentadas (69), seguindo-se os de Aveiro, Porto e Leiria com 63 e o de Coimbra com 62.


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