A Casa dos Pobres de Coimbra terá vivido na terça-feira passada um dos momentos altos da sua já longa distância. Teve o impulso decisivo da Universidade de Coimbra que considerou ser aquele um local de eleição para homenagear um dos seus Professores recentemente falecido e que, paralelamente, era sócio da instituição desde 1953 e seu frequentar assíduo. No almoço dos Românticos que os nossos leitores bem conhecem e se realiza às segundas terças-feiras de cada mês e se reverte de um cariz solidário indispensável para que a Casa dos Pobres faça face às despesas que sobem a um ritmo bem superior aos apoios estatais.
A Universidade de Coimbra, sob a liderança executiva do Vice-Reitor Nuno Calvão, considerou que o Professor Norberto Canha, um dos mais distintos catedráticos da sua Faculdade de Medicina, merecia e justificaria ser homenageado de forma vincada pela cidade e pela Universidade (a par da medalha de oiro da cidade que lhe foi há poucos anos atribuída pelo actual Executivo). Aproveitando aquela dupla qualidade de Professor insigne e médico de valia superior, secundada pela vertente solidária que sempre revelou e por isso era “um” dos habituais da Casa dos Pobres, a Universidade concretizou e deu realidade a um objetivo que se justificava por inteiro (a homenagem) ao mesmo tempo que ajudou a encher a quase totalidade do espeço disponível e assim, destas duas formas complementares) gerando uma receita simpática para a Casa dos Pobres.
Participou neste ato de agradecimento, uma comissão de alunos da Guiné Bissau, acompanhados pelo seu Embaixador em Portugal, país com quem Norberto Canha estabeleceu desde o tempo em que ali cumpriu serviço militar uma relação de solidariedade médica que lhe granjeou enorme prestígio, dada a sua ação clínica que ali repetiu posteriormente e várias vezes.