O Museu de Arte e Colecionismo (MAC) de Cantanhede deve abrir antes do final do ano, segundo as expectativas da Câmara Municipal. O projeto de reabilitação e adaptação da Casa da Cultura já entrou na fase final de execução, uma intervenção que conta agora com um novo módulo construtivo implantado na área antes ocupada pelas antigas instalações da Escola Técnico Profissional.
Segundo o Município, trata-se de uma intervenção de fundo que promove a integração funcional dos dois imóveis através de uma solução arquitetónica e urbanística concebida de acordo com o preconizado no Programa Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Cantanhede, visando a criação de condições para a instalação do MAC, que será constituído por um valioso acervo doado à Câmara por Cândido Ferreira, médico e escritor natural de Febres.
Este colecionador, reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade e consistência das suas coleções, visitou as instalações do MAC acompanhado por Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, vice-presidente da autarquia, e Fernando Batista Pereira, historiador, museólogo, professor associado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e especialista indicado pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) para emitir parecer sobre a viabilidade e sustentabilidade da nova unidade museológica, na sequência do pedido que o Município formulou para o efeito ao Ministério da Cultura.
No final da visita, Helena Teodósio explicou que tudo se encaminha para que, “antes do final do ano, seja inaugurado em Cantanhede um equipamento cultural de referência”, que “reforçará significativamente a atratividade da cidade, do concelho e da região”. Destacou a importância que este Museu terá para o concelho, tanto do ponto de vista cultural como pedagógico e patrimonial, esperando também que contribua para o desenvolvimento económico do concelho, ao atrair a Cantanhede mais visitantes. Sobre o curso dos trabalhos, a autarca manifestou “satisfação por poder vislumbrar já o que vai ser este projeto tão relevante, quer do ponto de vista cultural, pelo valor patrimonial do espólio do Dr. Cândido Ferreira e por todas as ações pedagógicas que poderão ser desenvolvidas em torno dele, quer ao nível da dinamização da base económica local, pois acreditamos que a afluência de visitantes a Cantanhede irá sofrer um incremento apreciável, com todos os benefícios que daí advirão para a generalidade das atividades direta ou indiretamente relacionadas com o turismo”.
“Trata-se de uma obra marcante ao nível da valorização de uma frente urbana com expressão assinalável numa das principais zonas nobres da cidade e esse é um aspeto que certamente a população vai valorizar bastante”, acrescentou ainda Helena Teodósio.
A obra mereceu também os elogios do colecionador que manifestou o desejo de que o seu espólio contribua para o desenvolvimento do seu concelho natal e para “aumentar a auto estima e a qualidade de vida das futuras gerações”.
Fernando Batista Pereira explicou, por sua vez, que o “MAC tem de oferecer narrativas coerentes e consistentes, construídas a partir da inter-relação entre as diferentes coleções” agrupadas em sete grandes áreas de colecionismo, designadamente pintura, mobiliário e artes decorativas portuguesas, arqueologia de todas as civilizações, artesanato do mundo, história do dinheiro, história postal, temas de bibliografia e afins e colecionismo dito popular. No seu entender, o novo museu tem “a missão de tornar Cantanhede num centro de excelência e de referência nacional e internacional nos estudos sobre o colecionismo e na salvaguarda da sua prática como dimensão cultural, educativa e lúdica”.