11 de Outubro de 2024 | Coimbra
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“Mondego Mais Seguro” para prevenir cheias

28 de Maio 2020

A região do Baixo Mondego está a sofrer uma intervenção profunda com vista a evitar que situações de catástrofe, como as ocorridas em 2001, 2016 e, mais recentemente, em finais de 2019, com as cheias a causarem danos profundos neste território, possam ser acauteladas.

Perante os enormes estragos provocados, com a inundação a pôr em causa a segurança de pessoas e bens, foi preciso atuar de imediato. Foi lançado então o plano “Mondego Mais Seguro”, que vai manter-se no terreno até finais de 2023, com os trabalhos a decorrerem de forma faseada, tendo em conta a urgência das intervenções a realizar. O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, visitou recentemente as obras em curso, que apostam, nesta fase, na recuperação das infraestruturas que foram destruídas pelas cheias de dezembro, estando algumas já concluídas mas havendo ainda muito por fazer.

O plano “Mondego mais Seguro”, que integra o Aproveitamento Hidráulico do Mondego, tem “fins múltiplos”. De acordo com o ministério do Ambiente, tem como principal objetivo “o aproveitamento integrado dos recursos hídricos da região”, apostando no controlo e defesa contra as cheias, na produção energética, na regularização fluvial, na correção torrencial, no desenvolvimento agrícola através da rega e no abastecimento de água à população e indústrias.

A defesa das cheias passa, fundamentalmente, pela regularização dos caudais a partir das albufeiras da Aguieira, Raiva, Fronhas e açude Ponte de Coimbra e, a jusante destas, através de um sistema de regularização de leitos. Estas obras são determinantes para acautelar que cheias como as ocorridas nos últimos anos não se repitam, protegendo assim toda esta região que tem uma componente agrícola muito forte e um peso muito importante na economia da região, sendo o rio e a qualidade das suas águas um recurso fundamental para este vasto território.

Apesar de ser sempre difícil prever o poder da natureza, Matos Fernandes explicou que com os projetos em curso será mais fácil prevenir novas cheias.

O Governo tem realizado um grande investimento no Baixo Mondego. De acordo com o ministério do Ambiente, em 2018 e 2019, foram investidos cerca de 5,5 milhões de euros nas estruturas de dissipação de energia dos descarregadores de cheias do leito central do Mondego, na limpeza de vegetação e desassoreamento, na regularização do leito e reconstruções dos canais condutores gerais na zona da ponte canal do Choupal de Coimbra e junto à ponte de Formoselha e da estação elevatória de Santo Varão, entre outras intervenções.

Em curso estão, entre outras ações, as obras de reconstrução do dique e canal condutor geral na margem direita do leito central do Mondego, na zona da rotura em Santo Varão; a regularização do rio Arunca; a remoção do material lenhoso, levantamento e inspeção das pontes no leito central do Mondego; o levantamento de vistoria e análise do estado atual das infraestruturas do sistema de defesa contra cheias (diques, leitos, taludes, descarregadores, sifões); e a reconstrução do dique da margem esquerda do leito periférico direito no troço destruído pela cheia, num investimento de cerca de 10,5 milhões.

Para completar o projeto, estão também programadas ações de reabilitação e reparação de estruturas e reposição de equipamentos, regularização dos rios Pranto, Foja, Ega e Ribeira de Ançã e Vala de Vale Travesso e a análise e reflexão sobre o Plano de Aproveitamento Hidráulico do Mondego, em cenário de alterações climáticas.

No total, há o compromisso do Governo de investir 35 milhões de euros, em cinco anos, nesta região do Baixo Mondego.


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