23 de Maio de 2025 | Coimbra
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Mais um ano…

5 de Março 2021

“O Despertar” comemora, nesta edição, 104 anos, um percurso longo, nem sempre fácil, que honra todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram e continuam a contribuir para a sua história.

O “modesto jornal de província” apresentou-se à “encantadora” e “formosa princeza do Mondego” a 2 de março de 1917, prometendo “empenhar o melhor dos seus esforços” em defesa de Coimbra e da região. Assumia-se, sem medo, como um periódico “simples”, “despretensioso” e “humilde”, sem certezas de como seria recebido mas determinado a traçar a “aspera estrada do dever”, a confiar no futuro e a, se assim tivesse que ser, “morrer com honra”.

Não sucumbiu! Cento e quatro anos depois aqui se mantém, continuando a chegar todas as semanas às mãos dos leitores. Um feito notável que honra aquele grupo de amigos que em 1917, quando se viviam também períodos conturbados, ousou abraçar este projeto editorial, “despertando” Coimbra e a região numa altura em que eram ainda muito poucos os jornais existentes.

Decorridos 104 anos aqui se mantém, nunca tento interrompido até hoje a sua publicação e orgulhando-se de integrar o grupo restrito – cerca de três dezenas e meia – dos jornais centenários portugueses.

Apesar de todas as mudanças sociais ocorridas ao longo da sua história, foi conseguindo ultrapassar as dificuldades surgidas, fruto do trabalho incansável de todos aqueles que fizeram parte deste projeto, desde as várias Direções, aos muitos colaboradores, sem esquecer os seus Assinantes e Anunciantes.

Nasceu na Baixa de Coimbra, na Rua Pedro Rocha, a caminho do Pátio da Inquisição. Foi aí que se manteve até bem perto dos 100 anos, com as oficinas abertas e apelativas, que despertavam a curiosidade daqueles que por aquelas ruas se deslocavam. Há seis anos, nos inícios de 2015, mudou-se para a Rua Adriano Lucas, na Estrada de Eiras, onde se mantém até hoje. Mas, esse elo umbilical com a Baixa da cidade, será eterno. As oficinas e a redação já não existem, o prédio foi vendido e está agora vocacionado para outro setor de atividade. Mas a história de “O Despertar” ali perdura também, uma vez que os novos proprietários decidiram preservar a memória, mantendo nas paredes do edifício, agora rejuvenescido e tão bonito, as placas alusivas a alguns dos importantes marcos da vida deste jornal, como as comemorações das Bodas de Ouro e de Diamante, anos em que foi distinguido pela Câmara Municipal da altura.

Ao celebrarmos mais um aniversário não podemos deixar de evocar aqueles que fizeram parte da história do jornal. Seriam muitos para os enumerarmos todos aqui mas há nomes que não podem ser esquecidos, a começar pelo seu fundador, João Henriques. Após a sua morte, sucedeu-lhe o filho, Mário Henriques, que acabaria também por falecer poucos anos depois. Quando se temiam anos difíceis, António de Sousa surge como “o salvador”, assumindo este projeto que acabou por se manter na família até inícios de 2008. Os filhos, António, Armando, Artur e Lúcia, deram-lhe sequência, com o jornal a envolver toda a família, incluindo o neto, Fausto Correia, que era seu Diretor quando faleceu, a 9 de outubro de 2007. Após a sua morte, Lino Vinhal mostrou que a amizade é um compromisso que vai para além da vida e manteve vivo jornal, como era desejo do amigo. A ele se deve a continuidade de “O Despertar”, num percurso que teve o seu ponto maior em 2017, precisamente a 2 de março, quando celebrou o primeiro centenário, iniciando então um novo caminho, rumo aos próximos cem…


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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