Persisto há bem mais de 60 anos em chamar a “O Despertar” de realismo-intelectual onde a natureza humana do seu conteúdo na análise da cidade de Coimbra e a sua vasta região com dezenas de concelhos é o seu suporte filosófico na análise objetiva das coisas e dos seres, do homem isolado e do homem objetivo, à moldagem realista do seu extraordinário labor de criar o seu friso humano, como escrevesse um grande romance à maneira de Proust nas virtualidades natas do seu conteúdo que é pedaços do conimbricense, do homem da Beira Litoral, recriado na observação histórico-sociológica, que é o retrato extremamente valioso que na sua cosmogonia de alto significado e quer pela síntese da alma de Coimbra.
Há, por vezes, um joeiramento psicológico do seu conteúdo que é uma vasta problematização do mais antigo jornal de Coimbra que se reflete no homem e na cidade.
Por sua vez é a sua tessitura interior de amar Lusa Atenas, ou seja, Coimbra e os seus filhos, os habitantes!
O sincretismo das suas emoções é a sua força no organismo da coisa viva, do homem concreto, da cidade que vive… e prende num conteúdo que é um ato de amor pela terra e pelo homem.
Cento e cinco anos é um orgulho para todos!