O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC.NRC) apoiou, em 10 anos, 3.114 doentes, tendo investido mais de 1,6 milhões de euros no apoio global, de primeira e segunda linha. Estes números marcam o balanço de atividade do apoio social que o NRC tem assegurado ao doente oncológico no Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOC) e no Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC).
O NRC destaca os “mais de 900 mil euros para a primeira linha de apoio social, destinados a 2.477 doentes, e um valor global superior a 700 mil euros para o apoio de segunda linha, que chegou a 637 doentes”.
O Gabinete de Apoio Social ao doente iniciou-se em 2011 no IPOC e em 2014 no CHUC, assentando, desde então, como explica o Núcleo, “num modelo que objetiva a maior proximidade ao doente oncológico e seu agregado familiar”. Sendo o apoio ao doente oncológico e seus familiares uma das áreas prioritárias de intervenção da LPCC, a verba anual destinada ao apoio social material é canalizada para colmatar as necessidades dos doentes oncológicos em situação de carência económica comprovada.
Decorridos 10 anos sobre o início do apoio social, a LPCC.NRC traça o balanço do trabalho feito nesta área, realçando que todo o apoio social assegurado procurou “contribuir para minorar o impacto social da doença oncológica, promovendo a adesão às consultas e tratamentos dos doentes com dificuldades socioeconómicas”.
De acordo com os números divulgados, entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2020, foram referenciados pelo IPOC, para avaliação social, 2.116 os doentes, dos quais 95 por cento reuniram critérios para elegibilidade de apoio pela LPCC. Atendendo à jornada do doente, que se inicia no momento de diagnóstico, decorre com os tratamentos e ao longo da vida com as consultas de vigilância, registaram-se cerca de 28.000 atendimentos a doentes acompanhados naquela unidade hospitalar.
Para além da vertente de apoio informativo, a LPCC disponibilizou, no âmbito da primeira linha, apoio nas deslocações, aquisição de medicação complementar e na disponibilização de ajudas técnicas, totalizando, neste período, um apoio global no IPOC na ordem dos 780 mil euros. Já, no gabinete de apoio social no CHUC, que funciona no edifício de S. Jerónimo, este apoio de primeira linha refletiu-se em 3.398 apoios em transportes, medicação e ajudas técnicas a 361 doentes, num montante global que ascende aos 122 mil euros.
O contexto de proximidade, proporcionado pela presença de profissionais da LPCC no contexto hospitalar e a constatação de que um número considerável de doentes apresentava dificuldades que em muito ultrapassavam a problemática da acessibilidade aos tratamentos, conduziu a LPCC.NRC à abertura de uma segunda linha de apoio, com o intuito de atuar em aspetos relacionados com a subsistência do agregado familiar e a minimização do risco de pobreza ou exclusão social. Aqui e no mesmo período, beneficiaram de apoio social 637 doentes, num montante global que ascendeu a 762 mil euros. Estes apoios destinaram-se a colmatar encargos com medicação, ajudas técnicas diversas, habitação, educação, valências sociais, entre outras.
Recorde-se que a atribuição destes apoios é realizada através de um rigoroso processo de avaliação, realizado em articulação com as entidades hospitalares, dos cuidados de saúde primários e de outras entidades do setor social e cooperativo. De acordo com a LPCC.NRC, “apenas tem lugar quando ‘esgotados’ os mecanismos estatais de apoio ou quando se verifiquem bloqueios de ordem burocrática, suscetíveis de agravar o estado de saúde do doente ou da sua família”.
A LPCC assegura que o apoio ao doente oncológico e seus familiares continuará a ser uma das áreas prioritárias de intervenção mas realça que, “enquanto organização da sociedade civil, não recebe fundos estatais, provindo estes de atividades como o peditório anual, a consignação de IRS, donativos e doações que permitem desenvolver todos os seus projetos e atividades nas mais diversas áreas”.