Tornar Coimbra num “concelho capaz de atrair mais investimento e criar mais emprego” é um dos principais objetivos do novo presidente da Câmara de Coimbra. Na cerimónia de tomada de posse dos órgãos eleitos para a Câmara e Assembleia Municipais, que decorreu na segunda feira, na antiga Igreja do Convento São Francisco, José Manuel Silva apontou algumas das “preocupações” que considera fundamentais para o futuro, como “colocar a Câmara a funcionar melhor e com maior celeridade”, o que passará por “uma organização eficiente e sem papel”, e abrir uma “via verde para o investimento”.
Perante uma sala completamente cheia, o autarca, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/A/RIR/VP), sublinhou que “tudo o que é possível vai ser desmaterializado”, sendo seu objetivo ter todos os documentos produzidos internamente em formato digital e passar a entregar todos os requerimentos e documentos já disponíveis nos serviços online na autarquia apenas também em formato digital, “salvo em situação de força maior”. O objetivo passa mesmo por reduzir o recurso ao papel ao mínimo, apostando na sustentabilidade ambiental e na desburocratização. O novo presidente quer, também, “tornar mais transparentes os processos camarários”, um facto que considera “essencial para libertar o imenso potencial de Coimbra e da sua gente”.
A questão do investimento foi outro dos pontos centrais do discurso. “A via verde para o investimento vai ser uma realidade a todos os níveis e iremos constituir um Conselho Estratégico para o desenvolvimento. Queremos uma Coimbra altamente competitiva. Sem um forte investimento não há desenvolvimento”, sublinhou, adiantando que já começou a marcar “reuniões com investidores e empresários, que voltam a acreditar em Coimbra como um destino privilegiado de investimento e criação de emprego”. José Manuel Silva considera que Coimbra tem “condições únicas” para se tornar “um dos concelhos mais dinâmicos do país” e promete que a sua equipa irá concentrar “muitos dos seus esforços” numa “moderna reindustrialização e na forte assunção de Coimbra como motor do progresso económico, cultural e tecnológico, regional e nacional”.
Assume que as exigências que a sua equipa irá encontrar “são muitas” e realça que, “para o êxito desta missão, os trabalhadores camarários são fundamentais”, recordando que conta com “as suas críticas e sugestões” que considera “essenciais à melhoria contínua da qualidade”.
O autarca quer trabalhar com todos, o que passa por “abrir a Câmara e trabalhar em conjunto com as principais instituições do concelho, unindo esforços, aproveitando sinergias e multiplicando o imenso potencial de Coimbra”.
“Espero que rapidamente se comece a sentir que há uma alteração na postura, na estratégia, no diálogo e no trabalho da Câmara com todos os parceiros que connosco precisam dialogar para dar seguimento às suas vidas. O que queremos é que qualquer pessoa que chegue à Câmara com uma pergunta saia logo com uma resposta completa, que qualquer empresário que nos apresente uma proposta tenha imediatamente uma perspetiva de ter uma resposta definitiva a muito curto prazo e que deixemos de ver processos por todo o lado na Câmara”, explicou.
O presidente anunciou, também, a criação do cargo de Diretor do Departamento Jurídico, nomeando a candidata Joana Filipa Oliveira, em comissão de serviço, pelo período de três anos, para esta função.
José Manuel Silva diz que impera afirmar Coimbra no todo nacional, não podendo o país “limitar-se a ser constituído por duas áreas metropolitanas e uma zona de veraneio”. É intenção deste Executivo, como sublinhou, “afirmar a centralidade do Centro”, não querendo “ser mais nem menos que as outras cidades do Centro” mas querendo “trabalhar com todas e unir sinergicamente o capital que cada uma detém”. “Consideramos que com essa estratégia aberta e regional estamos a contribuir para um maior desenvolvimento do país e para uma afirmação da cidade de Coimbra que precisa de crescer, precisa de investimento, precisa de reter os seus jovens e dar um futuro às enormes competências que todos os anos são formados na nossa Universidade, no nosso Instituto Politécnico, na nossa Escola de Hotelaria e na nossa Escola de Enfermagem”, frisou.
O ambiente, o Rio Mondego, a Capital Europeia da Cultura 2027, a intervenção social, a saúde, a metrópole digital e cosmopolita, a recuperação da zona histórica, o turismo, o empreendedorismo, os transportes, a educação, a habitação e a ameaça demográfica são apenas algumas das prioridades que enunciou, manifestando-se também determinado a lutar “por uma real desconcentração do Estado, com a transferência para Coimbra do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal Administrativo para Coimbra”.
José Manuel Silva assegurou, ainda, que vai manter um trabalho de maior proximidade com as freguesias e respetivos presidentes de Junta. “Iremos governar de forma transparente, inclusiva, participada, descentralizada e democrática, como sempre defendemos”, realçou, dando conta que, apesar da maioria absoluta, convidou o vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, para ficar no Executivo a tempo inteiro, assumindo alguns pelouros, diferentes dos que exerceu em mandatos anteriores, como espaços verdes e jardins, agricultura, alimentação, bibliotecas e arquivos, mantendo o serviço médico veterinário, sendo todos os pelouros anunciados brevemente.
Na cerimónia tomaram posse todos os eleitos para o novo Executivo da Câmara Municipal, composto pelo presidente José Manuel Silva e pelos vereadores Francisco Veiga, Ana Bastos, Carlos Lopes, Ana Cortez Vaz, Miguel Fonseca (Juntos Somos Coimbra), Manuel Machado, Carlos Cidade, Regina Bento e Carina Gomes (PS) e Francisco Queirós (CDU).