O ano letivo de 2019/2020 trouxe desafios inesperados a todos. A pandemia da Covid-19 levou ao encerramento das escolas “obrigando” estabelecimentos, alunos e professores a adaptarem-se a esta nova realidade do ensino à distância, uma metodologia pioneira que levantou grandes preocupações sobretudo aos alunos que se preparam para ingressar no ensino superior.
O Governo decidiu reabrir as escolas aos alunos dos 10.º, 11.º e 12.º anos já na segunda feira mas todos os restantes estudantes irão continuar a ter aulas em casa até ao final do ano letivo. Cenário idêntico vive-se também no ensino superior, com cada estabelecimento a definir as suas próprias normas.
Apesar destes condicionalismos, certo é que chegou a hora de muitos milhares de alunos definirem o seu futuro. O final do ano não tarda e é preciso começar a preparar a fase seguinte. É com esse objetivo que está já a trabalhar a Coimbra Business School – ISCAC (Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra). O presidente, Pedro Costa, adianta que a escola, que celebrou 99 anos na segunda feira, está “a preparar o regresso em segurança às aulas presenciais” mas, em paralelo, pretende desenvolver “aspetos positivos do ensino nas plataformas digitais que a crise Covid-19 revelou”.
Apesar de ter suspendido as aulas presenciais a 10 de março, o ISCAC nunca fechou e iniciou as aulas por teleconferência logo no dia seguinte. De acordo com Pedro Costa, “neste momento 507 turmas estão com 100 por cento de aulas à distância”, medida que abrange todos os alunos dos cursos conferentes de grau – licenciaturas e mestrados – e os que estão a fazer MBA’s e pós-graduações.
Os professores adaptaram-se bem a esta realidade, assim como os alunos. Pedro Costa realça que o “feedback” e “colaboração” dos estudantes “têm sido muito bons” e assegura que estes “não ficam prejudicados”, já que “estão todos a ter as aulas previstas, com os conteúdos previstos, nos prazos previstos”. Curiosamente, conta, verifica-se mesmo “uma maior comparência às aulas nos sistemas não presenciais, quando comparados com o sistema presencial comum”.
Apesar das aulas e dos exames finais decorrerem através das plataformas digitais, o mesmo não sucede com os estágios que, sempre que possível, serão feitos presencialmente das empresas e organizações. Aqueles que não possam realizar-se, devido às restrições impostas, “poderão ser substituídos por um trabalho na área em que se propunham executar, aprovado pelo diretor do respetivo curso”, esclarece, acrescentando que também os mestrados podem ser substituídos, nos termos regulamentares, por uma dissertação ou apresentação de um projeto.
“Quero deixar claro que tentaremos regressar às aulas e às avaliações presenciais tão cedo quanto possível, salvaguardando por todos os meios a saúde de toda comunidade académica da Coimbra Business School: estudantes, docentes e investigadores e trabalhadores não docente”, frisa.
Já a olhar para o próximo ano letivo, adianta que “será marcado pelo regresso o mais rápido possível a um grande volume de aulas presenciais”, ao mesmo tempo que continuarão “a explorar as vantagens do ensino nas plataformas digitais que esta crise revelou”. A intenção é, como assegura, “reforçar a natureza de Escola-Empresa” que carateriza o ISCAC, com “auditorias reais” nas licenciaturas e assegurando aos estudantes “contacto real com processos de recrutamento nas empresas”.
Sempre atento às necessidades do mercado, pretende apostar muito no ensino e investigação nas áreas da Gestão, Empreendedorismo e Inovação. A Cibersegurança e Risk Management são igualmente áreas onde será reforçada a oferta formativa. Pedro Costa lembra, ainda, que “o novo contexto mundial implicará também mudanças profundas nas áreas Comercial, Marketing e Logística”, que terão de se refletir na investigação e no ensino. Acredita que “haverá seguramente muita procura de formação nas áreas da Liderança e Gestão de Pessoas e Equipas, com grande foco na motivação e no reforço do trabalho em grupo”.
Sobre o próximo ano letivo, assume que pretende “manter o atual ritmo de produção científica, o qual triplicou nos últimos dois anos”, envolvendo docentes, apoiando a sua participação em conferências, atraindo muitos eventos científicos e mantendo um grande dinamismo nos seus laboratórios.
Pedro Costa anuncia que está a ser criado “um Centro de Investigação próprio para as ciências empresariais, tais como a gestão aplicada aos universos da saúde, das engenharias, das ciências agrícolas ou da educação”, sendo o objetivo do ISCAC “criar ciclos de estudos de doutoramento nesta escola”.
As expectativas passam também por “manter a atual empregabilidade elevadíssima” à saída dos cursos, já que todos “são desenhados tendo em vista as necessidades do mercado”, mantendo-se o índice global de empregabilidade nos 97 por cento, não havendo, segundo Pedro Costa, “nenhum curso com menos de 90 por cento de empregabilidade imediata”.