O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) está a desenvolver um projeto piloto de tratamento de resíduos, no qual utiliza a mosca soldado negro para o processo de bioconversão de resíduos vegetais das cantinas. Com este projeto, pretende “reaproveitar resíduos vegetais não processados, utilizando a mosca que os vai digerir e posteriormente servir como uma nova fonte de alimentação animal, dado ser rica em proteína e gordura”.
Em nota divulgada, o IPC explica que “a mosca soldado negro, Hermetia illucens, é um inseto amplamente produzido no mundo, à escala industrial, como uma fonte alternativa de proteína para a alimentação animal”. De acordo com o investigador da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Nuno Ribeiro, esta escolha deve-se a “esta espécie de moscas ter um enorme potencial para o tratamento de resíduos e enquanto fonte de proteína, dada a sua capacidade de reciclar resíduos com elevada eficácia e o seu ciclo de vida curto”.
Este projeto está a ser conduzido nas cantinas da ESAC, pelos investigadores Nuno Ribeiro e Rui Costa. Neste momento, está em atividade uma unidade piloto porque, como explica Nuno Ribeiro, “interessa nesta fase estudar os comportamentos da mosca, como forma de os otimizar”. Outro motivo para a escolha das cantinas prende-se com o facto de “as moscas terem de ser alimentadas com vegetais não processados, porque depois vão ser utilizadas para alimentação animal”, conclui, por sua vez, Rui Costa.