O engenheiro Valdemar Caldeira, uma das figuras típicas que nos habituámos a ver percorrer a cidade, sempre a pé, e que nos fascinava com o seu discurso erudito e conhecedor, faleceu ontem, aos 77 anos.
O corpo do extinto vai estar em câmara ardente, a partir das 19h00 de hoje, na capela da Igreja de Santo António dos Olivais, em Coimbra, e as exéquias fúnebres realizam-se amanhã, às 14h30, naquela Igreja, com celebração de missa de corpo presente, seguida do cortejo fúnebre para o cemitério da Carapinheira, concelho de Montemor o Velho.
Valdemar Caldeira era bem conhecido na cidade, não só pelos seus longos cabelos e barbas brancas, como também pelas roupas gastas onde sobressaía sempre a gravata. Era frequente vê-lo pelas ruas, em passo ritmado, muitas vezes mãos atrás das costas, sempre sozinho.
Foi notícia em vários jornais, inclusive n’ O Despertar (jornal que assinava há muitos anos), que publicou a 31 de outubro de 2014 uma reportagem assinada pelo jornalista Lino Vinhal.
Engenheiro químico de formação e com uma cultura muito apreciável, Valdemar Caldeira nasceu na Carapinheira mas cedo veio para Coimbra, onde sempre viveu. Filho único de pais comerciantes, fez os estudos secundários em colégios particulares de Coimbra, onde fez também os preparatórios de Engenharia e acabou por rumar ao Porto, onde tirou a licenciatura, regressando novamente à cidade do Mondego. A “O Despertar” recordou, então, ter dado ainda “uma ou duas aulas práticas”, assim como fez “umas incursões pela empresa Nitratos de Portugal”. Coisa de pouca dura. Os campos do Bolão, por onde também fora criado, chamavam por si e por ali viveu grande parte dos seus 77 anos.
Em novembro de 2016 esteve internado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, para prestação de tratamento médico.