11 de Outubro de 2024 | Coimbra
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Freguesia de S. João do Campo aposta no lazer e na qualidade de vida

28 de Agosto 2020

Criar cada vez mais espaços de lazer – seja parques verdes, infantis ou geriátricos – é uma das grandes apostas do executivo da Freguesia de S. João do Campo. O presidente, Dinis Pereira, dá conta de alguns importantes projetos que estão já em curso, a pensar em todas as faixas etárias, bem como analisa outras intervenções que considera prioritárias para garantir a qualidade de vida e bem estar da população.

Composta por apenas duas localidades – S. João do Campo e Cioga do Campo –, a Freguesia de S. João do Campo faz da qualidade de vida a sua grande prioridade. Com mais de 1700 votantes e mais de 2070 moradores, tem reforçado a aposta nos equipamentos de lazer e desportivos, de forma a proporcionar condições aprazíveis para quem escolheu viver e formar família nesta freguesia do concelho de Coimbra.

Com várias obras em curso, o executivo está bem consciente das oportunidades que esta freguesia oferece mas também das carências e fraquezas que é preciso resolver. O presidente, Dinis Pereira, aponta como principal “fraqueza” a “ausência de prestação de cuidados de saúde à população na sequência do encerramento do posto médico no âmbito da pandemia da Covid”, o que deixa a população idosa “mais vulnerável à falta de cuidados médicos”.

O aumento da população idosa e consequente diminuição dos jovens, a quebra na taxa de natalidade e a “fuga” da população jovem adulta para o estrangeiro ou para outras zonas da região e do país são também preocupações do executivo.

Por outro lado, S. João do Campo orgulha-se do seu tecido comercial diversificado e de ser uma vila movimentada tanto nos dias úteis como ao fim de semana. Está a apostar em várias melhorias, sendo de destacar a implementação de equipamentos de lazer e de desporto, que permitam o convívio intergeracional, e também a requalificação de algumas infraestruturas, como os antigos lavadouros de S. João do Campo.

População precisa de espaços de lazer e convívio

Com uma população bastante envelhecida, realidade que infelizmente é comum em todo o país, S. João do Campo sente necessidade de investir em equipamentos que garantam a qualidade de vida e a ocupação dos seus habitantes. Está a apostar assim na melhoria e construção de parques de lazer, infantis e geriátricos, que promovam o convívio entre as várias gerações e que permitam também, como explica o presidente, que “as pessoas possam desfrutar do seu tempo livre, brincar com os filhos ou netos, fazer algum exercício físico e sair de casa”.

Dinis Pereira destaca a obra em curso nos antigos lavadouros de S. João do Campo, onde vai nascer um parque de lazer que irá ocupar a área paralela à Estrada 111, mesmo à beira da estrada. “Aquela área vai ficar muito bonita, com jardim, passeios pedonais e com todas as condições para que as pessoas ali possam descansar, relaxar, passear e vivenciar momentos agradáveis de convívio. Neste momento ainda não terá mesas mas a ideia é ter um parque de lazer ao dispor da população”, assegura.

A Junta está a construir também um parque geriátrico na Rua do Carvalheiro, em S. João do Campo, prolongando o parque infantil que terá também mais módulos. Há ainda, segundo o presidente, um projeto para um parque geriátrico na Cioga, onde têm sido já executados alguns melhoramentos, a nível de ruas e valetas. “Vamos ter lá um parque de lazer paralelo à estrada Serafim Gomes Ferreira, um cantinho com árvores, uns banquinhos, para que as pessoas ali possam estar”, realça, considerando que é “fundamental que os habitantes com mais idade possam ter um espaço aprazível para estarem confortavelmente a conversar e a passar algum do seu tempo livre”.

Uma da grandes apostas do atual executivo passa, por isso, por “criar condições para que tanto crianças, como seniores e população adulta tenham vários espaços para passar o tempo livre, onde todos se sintam bem, independentemente da idade”.

Saneamento avança na freguesia

Muito importante para a freguesia é também a obra que a Águas de Coimbra tem em curso, a nível do abastecimento de água e saneamento. De acordo com Dinis Pereira, esta é uma “intervenção muito necessária”, já que há zonas, sobretudo na localidade de S. João do Campo, onde a partir do meio da tarde a água não tem pressão suficiente para utilizações fundamentais, como tomar banho ou pôr máquinas de lavar louça ou roupa a trabalhar.

“Há duas bombas no armazém da Junta mas também não são suficientes para abastecer toda a parte alta da freguesia, motivo esse que levou a Águas de Coimbra a construir dois tanques de elevação precisamente para assegurar que a água tenha pressão todo o dia”, explica o autarca.

Esta obra está em curso, destinando-se os dois grandes tanques a servir a Freguesia de S. João do Campo. Pela sua dimensão, Dinis Pereira estima que possam vir a servir também outras localidades vizinhas, sendo uma grande mais valia para toda esta região.

Para além desta obra, a Águas de Coimbra está a realizar também trabalhos a nível do abastecimento de água e saneamento em Cioga do Campo, na Rua Serafim Peixoto das Neves, cabendo à Junta, depois de concluído o saneamento, pôr o tapete betuminoso naquela estrada.

Dinis Pereira espera que estas intervenções da Águas de Coimbra estejam concluídas até ao final do ano, resolvendo assim os problemas sentidos pela população. Admite, contudo, que poderão surgir depois outros, mais a nível das canalizações, como rutura de tubos, uma vez que são já antigos e poderão não suportar a maior pressão da água.

Depois desta intervenção, praticamente toda a freguesia ficará coberta com água da rede pública. A nível do saneamento haverá, ainda, alguns lugares onde não será possível chegar, fruto da própria tipologia do território. Mas, apesar disso, Dinis Pereira considera que nesta área, “de uma forma geral, a freguesia vai ficar bem”.

Burocracias e preços travam habitação

O envelhecimento da população é também preocupante nesta freguesia. A situação torna-se mais grave quando se verifica que muitos filhos da terra estão a sair para outros locais da região, do país e estrangeiro, à procura de melhores condições de vida.

A falta de emprego é um dos principais motivos que leva as pessoas a saírem, agravada pelas dificuldades e burocracias com que se depara quem aí quer construir habitação. Dinis Pereira diz que, a nível do emprego, “as pessoas estão mais direcionadas ao profissionalismo que a outros trabalhos mais forçados”, realçando que “a própria Junta tem dificuldades em contratar funcionários porque nem todos se sujeitam a trabalhos mais pesados”.

A nível da habitação, lamenta que os preços do arrendamento sejam caros. “Temos tido muitos casais que se deslocam para outras freguesias ou concelhos porque as rendas são caras e os proprietários não baixam os preços porque não há muita oferta”, explica.

Apesar de haver “muito espaço para construir”, são também muitas as dificuldades a ultrapassar na hora de avançar com o projeto. O presidente lamenta “os valores elevadíssimos exigidos pela Câmara de Coimbra para levantar licenças para construção, bem como a burocracia e o longo tempo de espera”, condicionalismos que fazem com que as pessoas “acabem por desistir” e por escolher outros concelhos para morar. O presidente da Junta lembra que “Coimbra não é só a cidade dos turistas e dos estudantes mas é também a cidade das 18 freguesias e uniões, daí que é urgente pensar neste território como um todo”.

“S. João do Campo é uma freguesia pacata, estamos a sete quilómetros de Coimbra, não tem havido grandes problemas, e muita gente está-se a retirar da cidade para vir para S. João do Campo. São todos bem vindos e temos muita qualidade de vida para lhes oferecer. Temos aqui muitos terrenos para as pessoas cultivarem, até nas varandas podem pôr alhos ou cebolas, e temos uma população que gosta de partilhar”, sublinha.

Solidariedade e entreajuda

A Freguesia de S. João do Campo distingue-se também pelo forte espírito de entreajuda, onde quem tem partilha com quem vive com menos. Predominantemente rural, abundam ainda os terrenos de cultivo e é habitual os moradores terem as suas hortas e produzirem os seus próprios produtos hortícolas. Em tempos de abundância, há sempre quem partilha, assim como é também frequente haver quem disponibilize um “bocadinho de terra” para quem a quiser amanhar.

“Há muitos proprietários disponíveis para ceder um pouco de terra para cultivo, de forma a que as pessoas possam ter as suas hortas. Há outra qualidade de vida nestas freguesias mais rurais. É diferente de viver na cidade. Temos muito bom ar e não temos poluição. Penso que aqui temos realmente tudo o que é muito bom, estamos sempre a passar por entre arbustos e árvores o que é fantástico”, orgulha-se Dinis Pereira.

Tal como sucede um pouco por todo o país, também nesta freguesia a situação de carência agravou-se com a pandemia da Covid-19. A Comissão Social está a assegurar os necessários apoios às famílias, a vários níveis, como pagamentos de faturas de água, luz e mesmo seguros e rendas. De acordo com o presidente da Junta, pontualmente surgem também pedidos de eletrodomésticos, alguns bens alimentares, entre outras ajudas que, depois de comprovada a real necessidade, a Comissão tenta resolver.

A pobreza envergonhada é também uma realidade nesta freguesia. “Ainda há alguma pobreza envergonhada em S. João do Campo. As pessoas têm vergonha de pedir ajuda. Mas não precisam porque todo este trabalho é confidencial”, frisa, lamentando que “haja pessoas que trabalharam toda a vida e que têm reformas muito pequenas, que não lhes permite fazer face a todas as despesas”.

A Covid-19 fez despoletar outros tipos de carência, com famílias que até agora viviam bem a serem confrontadas com situações de lay-off, desemprego ou reduções nos salários, o que as está a deixar em situações “mais aflitivas e a obrigar a alterar o nível de vida”. Dinis Pereira assegura que tanto a Junta como a Comissão Social de Freguesia estão muito atentas a esta área, trabalhando sempre em coordenação para minimizar as dificuldades da população.

Escolas precisam de mais alunos

A nível de infraestruturas para a infância, a Freguesia de S. João do Campo está bem servida. A Escola Básica n.º 1 sofreu uma intervenção profunda e o jardim de infância também foi alvo de melhoramentos, reunindo ambos condições de qualidade para receber as crianças. Há, contudo, um problema mais difícil de resolver – a falta de crianças.

“Gostaríamos que a Escola Básica funcionasse com quatro turmas mas só terá três já que faltam algumas crianças”, explica o presidente, dando conta que a escola vai funcionar com uma turma do 1.º e 2.º anos com 19 crianças, uma do 3.º ano com 11 e uma do 4.º com 16. No seu entender, o horário de funcionamento condiciona a frequência, uma vez que não havendo como deixar as crianças na escola antes das 8h00 os pais que entram a essa hora são obrigados a levar os filhos para outros estabelecimentos de ensino, mais próximos do trabalho ou que abram mais cedo. Dinis Pereira assume que essa é uma lacuna que estão a procurar resolver, de forma a que alguém possa receber os alunos mais cedo, pelo menos às 7h30, não tendo estes que sair da freguesia.

A nível do jardim de infância esse problema não se coloca, havendo mesmo mais crianças a frequentá-lo, havendo um total de 34 crianças inscritas.

No que toca a equipamentos para a terceira idade, a freguesia conta com os serviços do Centro Social, que assegura as valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Trata-se, cada vez mais, de uma resposta fundamental para a população com mais idade. Em S. João do Campo verifica-se, contudo, que há algumas pessoas a deixarem de frequentar a instituição por razões de ordem financeira. O presidente da Junta explica que “há casos de idosos que deixam de ir ao Centro de Dia ou de receber as refeições em casa, passando mesmo dificuldades, porque os filhos querem esse dinheiro”.

Transportes já melhoraram

A questão dos transportes públicos é outra área onde a freguesia se deparou recentemente com alguns problemas que foram entretanto resolvidos pela operadora Transdev, beneficiando assim novamente a população, que passa a poder contar com a oferta que existia anteriormente à pandemia da Covid-19. Dinis Pereira defende que “entre os preços da Transdev e dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra devia haver uma maior igualdade”, uma vez que há uma discrepância grande em termos monetários, com passes dos SMTUC muito mais em conta.

A cumprir o terceiro ano do seu primeiro mandato, Dinis Pereira diz que a preocupação com o bem estar da população deve ser “a missão maior de qualquer presidente de Junta” e tem sido essa a preocupação do seu executivo.

É com essa filosofia que mantém em funcionamento, da parte da tarde, o Posto dos Correios, uma “resposta essencial para a comunidade”, que serve a freguesia mas também as localidades vizinhas, mas que representa “apenas despesa, já que o valor pago pelos CTT não dá sequer para pagar a fatura da luz”.

Burocracias travam progresso

Sobre a missão do presidente da Junta, Dinis Pereira assume que “é desafiante mas não é fácil”, sendo muito diferente a gestão pública da atividade empresarial. “Uma coisa é trabalharmos com documentos de uma empresa, outra é trabalharmos com documentos do Estado. As burocracias que existem no Estado não deviam existir, travam o progresso e o desenvolvimento”, frisa.

Lamenta que só agora, quando está a caminho do quarto ano, “estejam a ser feitas obras”, todas as que integram os Contratos Interadministrativos assinados com a Câmara de Coimbra e que contemplam, entre outras, arruamentos, passeios, melhoramento de vias.

Assume também que está à espera que a autarquia cumpra a promessa feita e assegure a cobertura do pavilhão polidesportivo, uma obra muito ansiada e que dará uma nova dinâmica ao forte associativismo existente nesta freguesia. Dinis Pereira espera que a obra possa arrancar “ainda este ano ou no início do próximo”.

Outra das obras ansiadas é a melhoria do Armazém da Junta, que aguarda pela ampliação e cobertura, de forma a garantir melhores condições de trabalho aos funcionários, apenas três efetivos (um que trabalha na Junta e dois nas ruas). Dinis Pereira assume que não é fácil assegurar todo o trabalho com uma equipa tão pequena, lamenta as dificuldades em arranjar mais trabalhadores mas garante que todos, em conjunto, vão continuar a trabalhar para tornar a Freguesia de S. João do Campo atrativa e com qualidade de vida.

Feira Dominical dinamiza freguesia

S. João do Campo ganha todos os domingos uma nova vida. A Feira Dominical atrai não só muitos vendedores como também muitos visitantes da freguesia e da região.

Nesta feira encontra-se todo o género de artigos, como calçado, roupa, comida, artesanato, ourivesaria, hortícolas, sendo um certame onde os produtores locais podem também comercializar os seus produtos. Decorre habitualmente das 06h00 às 14h00 e é um ponto de encontro e comércio entre todos.

De acordo com Dinis Pereira, presidente da Junta de Freguesia de S. João do Campo, falta dotar o recinto da feira de casas de banho públicas, estando a ser equacionado o melhor local para as instalar.

Reabertura do Centro de Saúde é urgente

A reabertura do Centro de Saúde de S. João do Campo, encerrado desde o início da pandemia da Covid-19, é um dos principais anseios do executivo da Junta e da população. Dinis Pereira considera mesmo que “é urgente reabrir este posto de saúde”, que funciona num edifício da Junta e que tanta falta faz à população, maioritariamente idosa e que tantas dificuldades tem em deslocar-se ao Centro de Saúde Fernão de Magalhães, no centro de Coimbra.

“O posto fechou em março, logo quando surgiu a epidemia. A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) diz que os médicos estão concentrados na Fernão Magalhães e que quem precisar deve ir lá. Mas para muitos dos nossos idosos não é fácil deslocarem-se. Primeiro porque não é fácil ter transportes públicos para irem para Coimbra, segundo porque muitos deles têm já dificuldades de mobilidade e, para além da viagem, têm ainda que ultrapassar os condicionalismos do edifício da Fernão de Magalhães, com muitas escadas e sem elevador”, lamenta o presidente da Junta.

Dinis Pereira sublinha que reabrir o posto tem sido uma “luta constante” mas, apesar das reuniões e contactos com a ARSC, “ainda não há nenhuma informação em concreto sobre a sua reabertura, sendo-nos dito que estão à espera de arranjar uma solução”.

Neste momento, a Junta está a resolver a questão das receitas, que são enviadas diretamente para a sede ou mesmo para a farmácia onde o utente quer levantar os medicamentos. Uma solução provisória que até tem funcionado bem porque uma das funcionárias do Centro de Saúde Fernão de Magalhães é residente de S. João do Campo e leva o receituário.

Dinis Pereira frisa, contudo, que “esta é uma situação que precisa de uma resposta urgente, porque os moradores precisam mesmo de falar com o seu médico e não podem ser atendidos à distância”, prometendo por isso “luta forte até à reabertura do posto de saúde”.

O executivo aguarda por uma reunião com o novo diretor da ARSC.


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