O “Dia de Todos os Santos” (1º de Novembro) e o “Dia de Todas as Almas” (2 de Novembro), foram criados por Odilon de Cluny.
Inicialmente, essas datas eram celebradas apenas nos mosteiros da Ordem Beneditina. Porém, a partir do século XII, o 2 de Novembro popularizou-se como “Dia de Finados” no Ocidente, principalmente nos países que abraçavam o Cristianismo.
Passados séculos, o Dia de Finados permanece como uma tradição, marcada por rituais que veneram a memória dos mortos.
Por tradição, milhares de pessoas dirigem – se aos cemitérios para rezar, acender velas e levar flores. As lápides ficam enfeitadas, com arranjos, coroas e «buquês» e são acesas velas e lanternas.
Essa é uma das formas que as pessoas encontraram para homenagear e lembrar os seus mortos, com reverência. Enfim, uma veneração. As «cidades dos mortos», como alguém chamou aos cemitérios, transformam-se em lugares vivos de cultura e memorização. Nesses dias, os cemitérios são lugares sagrados, mas também legados culturais e artísticos. Afinal, as cidades dos mortos são também para os vivos. Um passeio pelos cemitérios de Portugal, bem floridos, bonitos e organizados; é uma homenagem que se presta aos que vivem para sempre em nós, nas nossas mais intrínsecas memórias.
Mas porquê flores e não outras coisas que também possam tornar atraentes essas cidades dos nossos mortos?
O costume de depositar flores junto aos mortos teria origem há 14 mil anos. O primeiro registro foi localizado em Israel, quando arqueólogos descobriram restos de sálvia, hortelã e outras plantas, numa sepultura.
A descoberta mais evidente ocorreu em Raqefet Cave, um sítio arqueológico ao norte de Israel, por uma equipe de especialistas da Universidade de Haifa. Encontraram esqueletos de adultos e crianças. Em quatro deles havia sinais de plantas. De acordo com os estudiosos, as sepulturas teriam 11.700 a 13.700 anos.
O problema, está em identificar quando essa tradição se tornou habitual entre os povos modernos. Nos europeus, também. Independente da origem e data dessa tradição, o costume permanece enraizado nas sociedades até hoje. As flores, aí estão, as belas flores, estímulos e respostas emocionais e sociais positivas para as pessoas. Neste contexto, é possível, que o uso de flores em eventos sociais, como velórios e campas, seja benéfico para despertar a solidariedade e a predisposição para o robustecer das memórias.
Quem não gosta de olhar, Crisântemos, Kalanchoe (ou Calandiva), Antúrios, Cravos Brancos, Rosas Vermelhas, Lírios, Amores Eternos, Copos de Leite, Liziantus, Gérberas, Astromélias, Orquídeas, Margaridas…
Que belas e caras são, na altura dos finados, e como se multiplicam as lojas de vendas! Preços exorbitantes para a maioria dos portugueses.
E quantas vezes, já presenciei, pessoas de fracas possibilidades financeiras, a comprarem flores, das mais atraentes e caras, só para presentearem os seus defuntos!…
Na cidade da Guarda, onde fui visitar os meus saudosos defuntos, testemunhei uma senhora velhinha, com aparência de fraco poder económico, tirar da sua carteirinha uma série de notas «encruzilhadas» para pagar 96 euros.
Poupanças, porventura, de um ano, destinadas a enfeitar os seus entes queridos.
Vivam as flores na cidade dos mortos! …
Nestes dias atarefados dos finados , andei pelas floristas nesta altura multiplicam-se em diversas cidades, já que por aí tenho os meus defuntos. Vou comprar flores para reavivar a memória dos que já partiram para uma viagem longa. Aproximo-me de uma florista e só ouço perguntar quanto custa o ramo quanto custa o arranjo quanto custa este arranjo ouço valores exorbitantes. Algumas pessoas que me rodeiam não tem aspecto de possuir muito dinheiro, tiraram da carteira as notas enrodilhadas mas para os seus mortos compram tudo. tradicionais coroas, temos arranjos e buquês de diferentes espécies, tonalidades e formatos.
Na guarda ouvi pagar contas de mais de 100 euros. Porque será que eu vou comprar porque será