Começa hoje o Festival do Arroz e da Lampreia – Sabores do Campo e do Rio de Montemor-o-Velho. Durante 11 dias, até 20 de março, este evento celebra a gastronomia, a história, a cultura e a identidade desta região, apresentando um programa reforçado que convida as famílias a visitar e a desfrutar do concelho.

Depois dos condicionalismos impostos pela pandemia, o festival está de regresso, no modelo original e com atrativos reforçados. Volta a ocupar o Largo da Feira nestes 11 dias e estende-se, durante todo o mês, a cerca de 15 restaurantes aderentes que, neste período, privilegiam nas suas ementas os pratos e petiscos mais identitários da gastronomia da região, fazendo do arroz carolino do Baixo Mondego uma das suas principais “estrelas”.

A lampreia é outra das iguarias que atrai, todos os anos, muitos apreciadores. Este ano, não há, contudo, a garantia de que haja em abundância para fazer face a todos os pedidos. A sua escassez tem estado na ordem do dia e já levou mesmo ao cancelamento de dois festivais com grande tradição, um em Sever do Vouga e outro em Penacova. Em Montemor-o-Velho essa questão não se levanta, já que este festival vai muito para além desta especialidade, apostando num programa abrangente, diferenciador e pensado para agradar a todos os públicos e idades.

Durante a apresentação do evento, o presidente da Câmara, Emílio Torrão, sublinhou a preocupação que a comissão organizadora teve para assegurar que o festival “renasça com força”, uma vez que se trata de “um momento de evocação da gastronomia e da nossa cultura”.

Aposta, assim, como habitualmente, na vertente da gastronomia e das exposições dos mais variados produtos e atividades tradicionais da região, mas apresenta-se nesta edição com um cartaz musical reforçado. Este é, aliás, um dos grandes destaques deste programa e responde, como explicou Emílio Torrão, às solicitações feitas pelos expositores nas últimas edições, de forma a “chamar as pessoas do concelho mas também visitantes de fora”.

O festival é inaugurado hoje, às 19h00, seguindo-se uma arruada pelas filarmónicas concelhias. Os espetáculos musicais, todos gratuitos (como sucede com os restantes eventos), começam com a atuação de Mickael Salgado, às 20h00, e Jorge Guerreiro, às 22h30. Rosinha (amanhã), Tiago Silva (dia 18) e Rita Guerra (dia 19) também grandes atrações do cartaz, que conta ainda com Adelaide Sofia (dia 12), Sílvia Girão/Baluarte (dia 13), O Português de Ninguém (dia 14), EnCantos (dia 15), Tributo aos Xutos (dia 16), Miguel Bravo (dia 17 e Banda Boheme (dia 20). Não faltará, ainda, o folclore e etnografia.

Estas atrações juntam-se às restantes que se encontram na tenda gigante, sendo a gastronomia o principal “cartão de visita”. Dada a escassez de lampreia, Emílio Torrrão recomenda que os visitantes contactem antecipadamente as tasquinhas e os restaurantes para saberem se têm este prato disponível. De resto, lembra que há uma grande diversidade de pratos e petiscos para saborear neste festival, assim como deliciosos doces típicos.

Dado o sucesso da edição virtual do ano passado, este modelo vai manter-se em simultâneo com o festival presencial. Na tenda, os visitantes vão encontrar então as tasquinhas (asseguradas este ano por dois restaurantes e pela Associação de Criadores de Raça Marinhoa) e as petisqueiras e bares com gastronomia e doçaria diversa, o artesanato, os produtos endógenos, a maquinaria agrícola, pontos de café e arroz carolino e, ainda, representações institucionais, comerciais e serviços. “A cultura, a arte, os saberes de outrora e as propostas gastronómicas” serão, como destaca o Município, “uma constante” neste festival, a par com outras atrações que estão também de regresso, como as sessões de cozinha ao vivo, as maratonas de arroz doce e as apresentações dos “Minichefs”.

Emílio Torrão considera que, apesar da pandemia existir, é preciso voltar à normalidade, com a realização deste tipo de eventos que são fundamentais para o dinamismo da economia local. “Que o festival seja o espartilho para romper com a pandemia. Queremos viver de novo, respirar o ar e a alegria de um grande evento”, sublinhou. Considera que este festival, que chega agora às 20 edições, tem a “ementa perfeita para lançar de novo a alegria e o reencontro” e deixa, por isso, um convite a todos para que visitem o concelho, “não só pela gastronomia mas também pelos momentos de cultura e diversão que proporciona”.

—–

Maratona de arroz doce aos sábados

O famoso arroz doce volta a ter uma presença especial neste evento, com a realização da maratona de arroz doce amanhã e no sábado seguinte, entre as 12h00 e as 24h00. Esta é a terceira edição do Arroz Doce Non Stop, uma maratona que desafia os residentes do concelho a “partilhar os segredos de como se faz o melhor arroz doce, numa celebração à autenticidade e excelência dos produtos endógenos e às tradições concelhias”. De participação gratuita, mas de inscrição obrigatória (pelo email festivalarrozlampreia@cm-montemorvelho.pt), os participantes têm apenas que levar o tacho e os restantes utensílios necessários e, eventualmente, aquele “ingrediente secreto que pode elevar ainda mais a deliciosa sobremesa”, explica a autarquia, assegurando que a organização distribui um kit com os produtos alimentares base (arroz Carolino do Baixo Mondego, leite e açúcar) e, ainda, avental, touca e luvas.

—

Morlândia e Minichef para os mais novos

O festival mantém um espaço de diversão reservado aos mais novos – a Morlândia –, onde vão encontrar as mais diversas atividades lúdicas, bem como muitas surpresas. Os fins de semana têm ainda mais atrações, com sessões de robótica para fazer as “delícias” das crianças.

A pensar também nos mais novos, realiza-se novamente, em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, a iniciativa Minichef, que pretende alertar para a importância de uma alimentação equilibrada e dar a conhecer, de forma divertida, os produtos locais. O Minichef vai realizar-se aos fins de semana, das 11h00 às 14h30 e das 19h00 às 21h30, mediante inscrição através do email festivalarrozlampreia@cm-montemor-o-velho.pt.

—

Atrações para todos os gostos e idades

O programa do Festival do Arroz e da Lampreia apresenta também muitas outras atrações que convidam a descobrir o concelho. Destaque para a “Cavalgada pela Vila”, com o Centro Equestre a convidar os visitantes a descobrir a vila e alguns dos seus “tesouros”. Este evento decorre nos dois fins de semana, aos sábados e domingos, entre as 14h30 e as 18h00. Nos mesmos dias, às 11h30, 15h00 e 16h00, há também passeios pedestres pelo centro histórico da vila.

Os “Seniores em Movimento” também fazem parte do programa, com a realização, amanhã, às 16h30, de um “Desfile de Trajes Antigos e Chapéu Carolino”, onde vão dar a conhecer a sua criatividade com a preparação de chapéus inspirados no arroz carolino.

Destaque também para as sessões de cozinha ao vivo amanhã, às 13h00, com o chef Luís Lavrador, e no dia 20, com o chef Miguel Gameiro.